FPM não paga nem folha dos servidores da Saúde nos municípios: situação é grave

O repasse do recurso do Governo Federal caiu no mês de março e não está custeando nem a folha de pagamento dos servidores da Saúde de vários municípios do Tocantins. Gestores se viram como podem...

Pindorama
Descrição: Pindorama Crédito: Da Web

Os municípios do Estado do Tocantins passam por uma situação crítica devido à queda no repasse dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) no mês de março. Segundo informou o secretário de Saúde da cidade de Pindorama, Mário Filho, “o repasse do Governo Federal para o Fundo Municipal de Saúde esse mês não deu para pagar nem a folha dos servidores”, disse.

De acordo com o gestor a situação se repete nos municípios vizinhos. Em Pindorama, a primeira parcela do Fundo para a saúde no mês foi de R$ 25.500, no dia 10 de março e menos de R$ 4 mil na segunda parcela do mês, no dia 20. “Só a minha folha de pagamento é de quase 90 mil reais”, disse.

O gestor disse que nos meses de janeiro e fevereiro foi razoável, mas em março começou a decair. “Estamos fazendo o que podemos. Vamos empurrando a dívida até conseguir pagar”, afirmou o secretário. Ele cobra que o Governo Federal faça algo pela saúde dos municípios do Tocantins.

O secretário de Saúde da cidade de Combinado, Marlúcio da Silva Ramos, confirmou a situação de calamidade e também disse que em recente reunião com municípios vizinhos, a situação é a mesma. “Aqui a dificuldade é inexplicável”, disse.

Segundo o gestor não dá para administrar, pois o recurso não custeia nem as despesas. “Você junta as três parcelas do mês e não dá para pagar nem a folha de pagamento dos servidores da Saúde, fora os médicos”, disse.

A folha da Saúde do município custa R$79 mil, sem os médicos, conforme informou o gestor. “Com os médicos vai para mais de R$100 mil. E ainda tem os fornecedores, farmácia básica, a gasolina, peça de veículo. A gente vai empurrando a dívida. Tudo gira em torno de R$140 mil”, disse.

O gestor afirma que para tentar manter o atendimento à população do município, “a gente vai comprando fiado. Compra fiado no posto de gasolina para manter as ambulâncias rodando, na loja de peças se quebrar, na distribuidora de medicamentos, caso acabe e assim vai. Tudo fiado. Você tem que fazer dívida para manter os serviços de saúde dentro do município”.

O gestor disse ainda que os municípios tentam se articular politicamente para conseguir ajuda do Governo Federal para conseguir manter a Saúde do município, “Porém os nossos representantes não fazem nada para mudar a realidade dos municípios. O povo não sabe o que a gente faz para conseguir manter o munícipio”, disse.

Nesta segunda parcela do mês de março, em que o gestor afirmou que necessitava de pelo menos R$30 mil, “pelo menos para pagar o resto da folha, só entrou R$ 3.600”. Marlúcio cobrou que o Governo tem investido mais em outras áreas, priorizado-as em detrimento da saúde.

Não diferente, a secretária de Saúde de Silvanópolis, Marli de Sousa Pires, contou ao Portal que o repasse para o município está cada vez menor e que este mês não deu para pagar nem a folha dos servidores ainda, “quem dirá os outros fornecedores. O dinheiro está entrando, mas não é o suficiente”, disse.

Em Silvanópolis o recurso do Governo custeia mais de R$50 mil da folha e as duas parcelas do mês de março somaram menos de R$40 mil.  O jeito, conforme falou a gestora, “é ir pedindo prazo aos fornecedores porque primeiro vem a folha e ai quando vai dando para pagar, a gente vai pagando aos poucos”, contou. 

Comentários (0)