Gado doente gera apreensão em Natividade: Adapec diagnostica estomatite

Gado doente foi diagnosticado com estomatite vesicular, que segundo a Adapec não é grave. Propriedade ficará interditada por 21 dias e agência diz que em até 15 dias o animal estará curado.

O T1 Notícias recebeu informações de moradores da região de Natividade do Tocantins de que um animal teria morrido com uma doença suspeita e que temiam se tratar de febre aftosa. No entanto, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) rebateu as informações e afirmou que se trata de uma Estomatite Vesicular.

 

A assessoria da Adapec afirmou ao T1 por telefone que os proprietários acabam se desesperando e associando os sintomas equivocadamente à aftosa, mas que desconhece que o animal tenha morrido, já que “a cura do animal ocorre de 7 a 15 dias”.

 

A informação que circula na região acaba deixando os estabelecimentos e a comunidade em geral apreensivos, já que o gado faz parte de uma propriedade que fornece carne.

 

Ao Portal, a Adapec esclareceu por meio de uma nota que recebeu no último dia 8 uma notificação de um produtor rural sobre uma “suspeita de enfermidade vesicular de um animal da sua propriedade”.

 

Segundo a Adapec, exames feitos no animal constataram a doença e a propriedade em que o animal estava e outras no raio de três quilômetros devem ser interditadas por 21 dias e por medida de segurança, foi proibido o trânsito de animais no local.

 

Falar de aftosa é falar de perdas econômicas

 

Se falar em suspeita de febre aftosa é o mesmo que admitir a perda de milhões. A aftosa é uma doença viral altamente contagiosa provocada por vírus da família Picornaviridae. Existem sete tipos diferentes do vírus, sendo que o mais comum é o tipo O.

 

A doença atinge animais bovinos, ovinos, caprinos, porcos e todos os ruminantes selvagens. A transmissão do vírus se dá por contato direto com animais contaminados. Segundo a organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a doença não apresenta riscos para a saúde humana.

 

O Brasil tem trabalhado por meio de campanhas sazonais coordenados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para tentar combater a febre aftosa e busca livrar o país da doença incentivando os produtores a vacinar o gado.

 

Confira a nota da Adapec na íntegra:

 

 

NOTA-ESTOMATITE VESICULAR

 

            A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) esclarece que no dia 8 de abril recebeu a notificação de um produtor rural sobre uma suspeita de enfermidade vesicular de um animal da sua propriedade. No mesmo dia equipes da Agência foram até o local e coletaram amostras do animal. Já no dia 9, as amostras foram enviadas ao laboratório oficial e no dia 10 veio o diagnóstico positivo para a estomatite vesicular.

 

            Imediatamente, no dia 8, a fazenda foi interditada, bem como todas as propriedades rurais no raio de três quilômetros de acordo com as características geográficas da região. Na propriedade foco todos os animais foram examinados clinicamente e nenhum outro apresentou a doença. Neste mesmo raio foi feito a visita em todas as propriedades rurais e vistoria de todos os animais das espécies susceptíveis à doença.

 

            Por medida de segurança, ficou proibido o trânsito de animais e colocados barreira fixa e barreiras volantes para controlar e monitorar a área; aplicação de medidas de biossegurança, com restrição do ingresso e egresso de animais, além da desinfecção de todos os veículos que saem desta região.

            Toda a área está sob vigilância ativa e as propriedades rurais também estão interditadas para emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA). A previsão é de que as áreas serão desinterditadas após 21 dias da cura do último animal doente.  A cura do animal ocorre de 7 a 15 dias.

 

            De acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa), desde 2012 a Comissão do Código de Animais Terrestres da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) propôs a retirada da estomatite vesicular da lista de doenças, por não causar morbidade ou mortalidade significativa, apresentando baixa prevalência de sinais clínicos nos animais infectados e baixo potencial de impacto. Assim, em 2014, foi aprovada a retirada da estomatite vesicular da lista de doenças da OIE.

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