Golpista do INSS é preso após se hospedar em suíte presidencial de hotel em Araguaína

Polícia encontrou com ele vários cartões com senhas e cheques; estelionatário aplicava golpes em idosos, aposentados e parentes de falecidos

Homem estava com diversos cartões de pessoas já falecidas
Descrição: Homem estava com diversos cartões de pessoas já falecidas Crédito: Divulgação

Uma ação da Polícia Civil deflagrada nesta quinta-feira, 25, resultou na prisão, em flagrante, de Ivan Negrão da Silva, de 38 anos, pela prática dos crimes de estelionato, falsa identidade, uso de documento falso e corrupção ativa.

 

Conforme o delegado responsável pela ação,  Luís Gonzaga, no dia 21 de outubro Ivan deu entrada em um hotel de Araguaína afirmando ser promotor de justiça e se hospedou na suíte presidencial, cuja diária é de R$ 600 reais. Na oportunidade, ele pagou antecipado o valor de R$ 500 reais, em dinheiro, afirmando que pretendia permanecer hospedado no local até o dia 25 de outubro. O hotel alertou Ivan de que o pagamento das diárias deveria ocorrer, diariamente, de forma antecipada, sendo este o procedimento do estabelecimento.

 

Nos dias seguintes, o indivíduo passou a dar uma série de desculpas para não efetuar o pagamento das diárias, chegando a afirmar que os limites de todos os seus cartões haviam estourado, pois teria despachado carretas de gado em Xambioá - TO e, portanto, teria gastado todo o seu dinheiro. Ivan, então, deu um cheque no valor de R$ 1.940,00 (Um mil novecentos e quarenta reais) em nome de uma mulher que alegou ser a sua esposa.

 

A gerência do hotel, ao consultar o cheque, constatou que se tratava de uma senhora de 78 anos, e, imediatamente, entrou em contato com a Delegacia de Polícia Plantonista informando o caso.

 

A equipe de plantão da Polícia Civil foi até o  hotel e em seguida conduzido até o quarto onde estava hospedado Ivan e seu companheiro. No local, mediante autorização do suspeito, os policias fizeram buscas no quarto, sendo encontrados vários cartões bancários, todos com as respectivas senhas anotadas, além de talões de cheques e cartões para recebimento de benefícios previdenciários.

 

Ao ser questionado pela autoridade policial, Ivan afirmou que aplicou golpes em Nova Olinda, Aragominas e no Povoado Floresta, em que se apresentava como recenseador do INSS, oportunidade em que conversava com os aposentados ou familiares (em caso de já haver o óbito do beneficiário) e  afirmava que deveriam fazer comprovação de vida e, após receber os cartões de cada umas das referidas pessoas, com a respectiva senha, dizia que deveriam dirigir-se ao banco para receber o cartão atualizado.

Com os referidos cartões em mãos, o autor sacava o dinheiro das contas bancárias e os benefícios, além de fazer compras e se hospedar em hotéis de alto padrão por onde passava.

 

A maioria dos cartões que foram encontrados em seu poder, segundo Ivan, são de pessoas já falecidas, cujo cadastro não fora dado baixa no sistema do INSS, e, consequentemente, continua sendo depositado o benefício. Os policiais civis também descobriram que Ivan já foi preso, na cidade de Castanhal-PA, pela prática de crime de estelionato, onde se passava por funcionário de banco e recolhia o dinheiro das pessoas para abrir uma conta com a promessa falsa de crédito para empréstimo.

 

Por fim, na Delegacia de Plantão, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, o homem ofereceu ao delegado o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em dinheiro, visando, com isso, a sua soltura, no entanto, imediatamente, o delegado deu voz de prisão a Ivan pela prática do crime de corrupção ativa, sendo toda a conversa gravada.

 

Enquanto estava hospedado na suíte presidencial do hotel, o autor fez posts de fotos em redes sociais de dentro da suíte, como forma de ostentação, em que se identifica como Ivan Amaral Filho, não sendo este o seu verdadeiro nome. O caso agora tramitará na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Araguaína-TO.

 

Após a realização dos procedimentos legais cabíveis, Ivan Negrão da Silva foi conduzido à carceragem da Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA), onde permanecerá à disposição do Poder Judiciário.

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