Com a meta de recuperar 200 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em quatro Comitês de Bacias Hidrográficas do estado, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), iniciou nesta quinta-feira, 12, a execução do projeto Plantando Água em Cariri do Tocantins, região sul do estado.
A solenidade de abertura dos trabalhos foi realizada no Balneário Municipal e contou com a presença do secretário da pasta, Marcello Lelis; da primeira-dama de Cariri, Dayane Rodrigues; de secretários de meio ambiente dos municípios vizinhos; vereadores; presidentes dos comitês de bacias; e representantes do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
Na ocasião, foram plantadas espécies de mudas nativas do Cerrado nas margens da nascente Água Fria, que abastece o Rio Bacaba, local também utilizado para a captação de água da população de Cariri. Os primeiros plantios foram realizados pelo aluno Raul Xavier, da Escola Estadual Tarso Dutra, como forma de conscientizar os jovens sobre a importância do tema.
Na ocasião, o secretário Marcello Lelis destacou a relevância do projeto, considerado importante para a gestão dos recursos hídricos e o maior projeto de recuperação das Bacias Hidrográficas já implantado no estado. O titular da pasta também ressaltou o trabalho dos comitês de bacias, que atuam em parceria com os quatro Centros de Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs) do estado na produção de mudas de espécies nativas do Cerrado que serão utilizadas no projeto.
“É o maior projeto de restauração de áreas degradadas da história, que nasce nesta manhã aqui em Cariri e será vital para nossa população no futuro”, afirmou. O secretário reiterou ainda que o governador é o maior incentivador da iniciativa por entender sua importância para o desenvolvimento econômico e sustentável do Tocantins.
A primeira-dama de Cariri, Dayane Rodrigues, destacou que as consequências da falta de cuidado com o meio ambiente já estão sendo sentidas pela população, com a escassez de água em muitos locais do planeta. Por isso, o projeto desempenha um papel fundamental para garantir água às futuras gerações. “Precisamos nos conscientizar de que é essencial plantar essa água para o presente e para o futuro”, afirmou.
Projeto
O projeto Plantando Água é uma iniciativa do Governo do Tocantins, executado pela empresa Prograia Engenharia e Meio Ambiente. A meta é recuperar 50 hectares de APPs em cada uma das bacias hidrográficas dos rios Santo Antônio e Santa Tereza, Formoso, Lontra e Corda, e Manuel Alves da Natividade, o que equivale, no total, a aproximadamente 286 campos de futebol oficiais.
Os entornos de nascentes, reconhecidos e qualificados conforme o Novo Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/2012), serão recuperados por meio do plantio de espécies nativas adaptadas às condições regionais. Os locais serão protegidos com cercas de arame liso de cinco fios, além de receberem aceiros para controle preventivo de fogo, medidas de controle de pragas e outras ações específicas dentro das Áreas de Preservação Permanente (APPs), em um raio de 50 metros. Ademais, os locais de plantio serão monitorados por um período de 36 meses.
O diretor de Planejamento e Recursos Hídricos, Aldo Azevedo, destacou o papel da Semarh dentro do projeto, e as parcerias realizadas com as instituições de ensino para a execução do projeto. “Nós temos uma parceira muito bem fundamentada para a realização deste projeto”, complementou.
Sonho de família
O investimento total na iniciativa é de R$ 3,5 milhões, oriundos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, que também permitirá a produção de 400 mil mudas por ano para a recuperação de matas ciliares de córregos e margens de rios.
A produtora rural do sítio 2M, em Figueirópolis, Magnólia Figueira de Freitas, foi uma das primeiras a assinar a adesão ao projeto. Segundo a proprietária, a recuperação da nascente de sua propriedade, que havia sido degradada, “era um sonho aguardado por muitos anos pela família”. O esposo de Magnólia, Mário Carneiro, também comemorou a iniciativa e solicitou ao secretário a revitalização de outra área desmatada dentro da propriedade. “Já havia procurado até o Ministério do Meio Ambiente para tentar recuperar essa área”, contou.
Também estiveram presentes os presidentes dos comitês de bacia: Mário Roberto (Lontra e Corda); Maria Cristina Coelho (Rios Santo Antônio e Santa Tereza; Jair Oliveira (Rio Formoso) e o vice-presidente do comitê da bacia hidrográfica do Rio Manuel Alves, além do diretor de Gestão de Recursos Hídricos, Aldo Azevedo, entre outras autoridades.
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