Governo intensifica monitoramento do nível dos rios tocantinenses na estiagem

Em julho, os níveis dos rios se mantiveram acima da cota de ‘Déficit Hídrico’, com registro de cota ‘Normal’ e ‘Abaixo do Normal’, que são classificações comuns no período de estiagem

Crédito: Rogério Noleto/Governo do Tocantins

Com a chegada do período mais seco, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), intensifica o monitoramento do nível dos rios tocantinenses. Conforme o estado, até o mês de julho, os níveis dos rios se mantiveram acima da cota de ‘Déficit Hídrico’, com registros nas faixas de cota ‘Normal’ e ‘Abaixo do Normal’, que são comportamentos típicos do período de estiagem, com tendência de queda gradual durante o intervalo de seca, no território tocantinense.

 

Em julho de 2024, com dados da Rede Hidrometeorológica do Tocantins, o relatório apresentado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) traz a verificação de registros das Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) em pontos estratégicos do Estado, para uma visão abrangente da situação hídrica, tendo configurado nos rios Lontra, Coco, Araguaia e Tocantins, níveis na cota ‘Normal’ e nos rios Sono e Formoso, níveis na cota ‘Abaixo do Normal, sem registro de níveis na cota ‘Déficit Hídrico’ na amostra.

 

Os indicadores apontam de forma representativa, uma redução gradual e constante dos níveis dos rios, num período em que geralmente as cotas estão ‘abaixo do normal’. Comparado ao ano passado, as estações dos rios Lontra, Coco, Araguaia e Tocantins, mantiveram os níveis na faixa de cota ‘Normal’, no rio Sono foi registrada a mudança da categoria de cota ‘Normal’ para ‘Abaixo do Normal’ e no rio Formoso o registro aponta que foi mantido o nível na faixa ‘Abaixo do Normal’.

 

A redução do nível dos rios no período de estiagem pode ocorrer por diversos fatores, como variações na climatologia, especialmente o baixo volume de chuva acumulada, o que pode alterar rotas de navegação, bem como a captação de água para usos múltiplos e consumo humano.

 

O secretário Marcello Lelis enfatizou que, “esses dados são cruciais para a criação de estratégias, planejamento e gestão hídrica eficiente, especialmente neste momento de enfrentamento global de mudanças climáticas. No Tocantins, a Semarh desempenha um papel fundamental na divulgação de informações que ajudam a entender e enfrentar os desafios relacionados à disponibilidade hídrica”.

 

O diretor de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos, Aldo Azevedo, destacou que, “esse relatório ressalta a importância do monitoramento contínuo e da gestão eficiente dos recursos hídricos. A Semarh fornece informações que contribuem para a segurança hídrica do Tocantins, a partir da análise de dados da Rede Hidrometeorológica Estadual, além da participação na produção e divulgação mensal da situação demonstrada nos mapas do Monitor de Secas”.

 

O engenheiro Ambiental, Rogério Noleto Passos, da Gerência de Hidrometeorologia, destaca a importância desses dados para a gestão dos recursos hídricos no estado. "Com a tendência de estiagem para os próximos meses, a situação de alerta deve ser acompanhada com atenção no Estado, considerando a previsão de agravamento da severidade de seca, apontado nos mapas do Monitor de Secas e as cotas de referências, pode ocorrer déficit hídrico, o que tem implicações importantes para a região afetada, desde a navegabilidade até a captação de água para cultivo de lavouras, dessedentação animal e consumo humano", afirma.

 

A Semarh, através da Diretoria de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos e sua Gerência de Hidrometeorologia, promove a produção de dados e informações sobre recursos hídricos por meio de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) distribuídas em todo o Estado, sendo responsável pela operação da Rede Hidrometeorológica Estadual. Os dados são enviados para diversos órgãos, instituições como a Defesa Civil Estadual, o Instituto Natureza do Tocantins, a Investco, entre outros e disponibilizados para a sociedade.

 

O gerente Rogério Noleto acrescentou que “esses dados produzidos pela Rede Hidrometeorológica são coletados a cada 15 minutos, processados e divulgados diariamente no site da Semarh através do Boletim emitido pela Sala de Situação. Os dados e informações fornecidas pela Secretaria podem subsidiar a tomada de decisão de órgãos ambientais, por exemplo, no controle de emissão de outorgas, alerta de secas ou emergência de cheia, após análise da capacidade hídrica local e ainda as ações preventivas e corretivas para gestão eficiente, preservação hídrica e proteção da população”.

 

Monitor de Secas

 

Conforme dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em junho de 2024, no Tocantins, os indicadores também não apontam mudança em relação ao mês anterior. Os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL) no extremo sudeste e de curto prazo (C) nas demais áreas.

 

O fenômeno de seca se relaciona com diversos indicadores e a cada ano, com as mudanças do clima, o comportamento do período de estiagem, que ocorre em todas as regiões do Brasil, se acentua ou retrocede na escala, apresentando alteração dos níveis de alertas e efeitos, em diferentes pontos de cada região.

 

De modo geral, não há uma precisão do intervalo de estiagem, mas o fenômeno de seca no cenário nacional, geralmente se inicia entre os meses de maio e junho e se encerra entre os meses de setembro e outubro, quando o período de estiagem é suspenso pelo retorno das precipitações em forma de chuvas, granizo ou neve, conforme a região.

 

Região Norte

 

O Monitor de Secas aponta que na Região Norte, devido à piora nos indicadores, houve o avanço da seca grave (S2) no centro-sul do Amazonas, além do agravamento da seca no Acre, que passou de seca fraca (S0) para moderada (S1) no centro do estado, e de moderada (S1) para grave (S2) no leste e nordeste.

 

Por outro lado, devido às chuvas acima da média no mês de junho, houve a atenuação da seca no norte do Pará, que passou de moderada (S1) para fraca (S0), e em Roraima, que passou de grave (S2) para moderada (S1) no nordeste do estado e de moderada (S1) para fraca (S0) no noroeste, centro e oeste.

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