HGPP inicia cirurgias de reconstituição de face: procedimento é inédito

Sete pacientes terão a face reconstruída por equipe médica do Hospital Geral Público de Palmas em cirurgia pioneira no Norte do Brasil. Cada prótese utilizada tem custo estimado em R$ 150 mil e foram doados pelos parceiros.

Anuncio de benefício foi feito em coletiva
Descrição: Anuncio de benefício foi feito em coletiva Crédito: Aldemar Ribeiro/Secom

O Hospital Público Geral de Palmas (HGPP) inicia nesta quarta-feira, 3, a realização de procedimento cirúrgico pioneiro no Norte do País. O procedimento foi apresentado na manhã desta terça-feira, 2, pela equipe médica de reconstrução facial do hospital e pelo secretário da Saúde, Luiz Fernando Freesz, durante entrevista coletiva.

 

O procedimento utiliza técnicas e materiais inovadores que consistem na implantação de próteses produzidas a partir do óleo de mamona na reconstrução bucomaxilofacial.

 

Primeiramente serão atendidos sete pacientes com idade entre 18 e 87 anos que foram acometidos por ameloblastoma, uma doença que embora não seja cancerígena provoca enormes danos e deformações na face dos pacientes.

 

O procedimento

De acordo com a líder da equipe médica responsável pelos procedimentos, a cirurgiã bucomaxilofacial, Daniela Carvalho Tosin, o procedimento consiste na retirada de parte da mandíbula e a sua reconstituição com prótese biológica feita de material à base de óleo de mamona.

 

 “O trabalho todo envolve uma equipe multidisciplinar composta por cirurgiões, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionistas que fazem o acompanhamento em fases distintas do tratamento”, informou.

 

O trabalho também tem a participação do pesquisador Edelto dos Santos Antunes, da Universidade de São Paulo. “Todo este trabalho somente está sendo possível porque o HGPP tem uma equipe de profissionais qualificada para a realização deste tipo de cirurgia, num estudo que começou a ser implantado desde 2003”, argumentou Daniela Carvalho.

 

De acordo com a doutora, as próteses que serão implantadas foram produzidas através de parceria com Centro de Pesquisas Renato Archer, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Poliquil Araraquara Polímeros Químicos, empresa que desenvolveu o material a partir do óleo de mamona.

 

Ainda de acordo com a líder da equipe, estas parcerias somente foram possíveis porque a equipe do hospital passou por uma rigorosa seleção. “Nossos currículos e nossa vida acadêmica foram examinados com bastante critério e os parceiros viram que temos condições e conhecimentos técnicos e científicos para realizarmos o procedimento”, destacou Daniela.

 

Pacientes

Dos sete pacientes que passarão pelo procedimento, seis são do Tocantins e um do Pará e foram encaminhados através da Central de Regulação. Cada prótese utilizada tem custo estimado em R$ 150 mil e foram doados pelos parceiros. Na rede particular, cada prótese teria um custo de cerca de R$ 230 mil.

 

Referência

O secretário da Saúde do Tocantins, Luiz Fernando Freesz, afirmou que com a realização deste procedimento o Tocantins se consolida como referência médica de alta complexidade em alguns procedimentos.

 

 “Todos os esforços do Governo do Estado estão sendo no sentido de melhorar o atendimento na saúde, com investimento tanto na infraestrutura de atendimento como também na capacitação de nossos profissionais”, argumentou o secretário.

 

Para o diretor geral do HGPP, Paulo Faria, a realização do procedimento mostra a vocação do hospital na realização de cirurgias de alta complexidade e comprova a qualidade técnica e científica de sua equipe e atração de parcerias que possibilitam a realização deste trabalho.

 

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