Infectologista da UFT acha que o isolamento pode perder força com flexibilização

Tocantins é o estado menos afetado pelo novo coronavírus. São 26 casos da doença e um óbito; no entanto, o professor ressalta que existe uma limitação muito grande de testagens.

Flavio Augusto de Pádua Milagres
Descrição: Flavio Augusto de Pádua Milagres Crédito: Reprodução

O professor de doenças infecciosas da UFT (Universidade Federal do Tocantins), Flavio Augusto de Pádua Milagres, em entrevista ao portal de notícias UOL, publicada na madrugada desta quinta-feira, 16, disse que a posição geográfica, a baixa densidade populacional e o predomínio dos jovens contribuem no combate à pandemia de covid-19 no Tocantins. No entanto, sustenta que o isolamento social pode perder força, vez que o governo estadual permitiu a retomada gradativa das atividades econômicas.

 

Ele avalia que, dentro de uma realidade de quase 1.700 suspeitos no Estado, o número considerado pequeno de pessoas afetadas acaba gerando uma falsa impressão de tranquilidade, que na realidade não existe. “Nós temos um maior número de casos, numa população mais jovem, consequentemente com menos gravidade", explicou o professor, que diz que integra os comitês de gestão de crise da UFT e do Governo do Estado.

 

Tocantins é o estado menos afetado pelo novo coronavírus, até aqui. São 31 casos da doença e um óbito, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Ses). Contudo, o professor ressalta que existe uma limitação muito grande de testagem.

 

Isolamento

 

Pádua  destaca o fato de o Tocantins ter aderido ao isolamento domiciliar muito precocemente contribuiu para que o Estado registrasse um número considerado pequeno de casos confirmados. Dados apresentados pela Uol, diz que entre as 27 unidades federativas do Brasil, o Tocantins tem a 24ª densidade populacional do país, com 4,9 moradores por km² e Palmas tem a menor população entre capitais do país (299 mil habitantes, segundo o IBGE em 2019).

 

 O Estado também não recebe grande número de turistas, especialmente estrangeiros. Esse também foi um fator que contribuiu para evitar a chegada precoce do coronavírus.

 

Avaliação positiva

 

A transparência nos dados relacionados à pandemia sobre Covid-19, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, foi avaliada pela ONG Open Knowledge Brasil (OKBR). A metodologia atribui pontuação de até 100 pontos aos estados e classificação como alta, boa, média, baixa e opaca.

 

De forma geral, o Tocantins foi avaliado como médio (50 pontos), sendo o 4º colocado, ficando atrás apenas de Pernambuco - 81 (alto), Ceará - 69 (Bom) e Rio de Janeiro - 64 (Bom). O estudo também apontou a o Estado do Tocantins, como o único estado da Federação que tem o número de testes de diagnóstico da  doença disponíveis para a população.

 

Para o titular da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO), Edgar Tollini “a avaliação mostra que o trabalho realizado por toda equipe da Secretaria está no caminho certo, pois temos primado por uma assistência digna, célere e humanizada, aliada ao compromisso com a transparência nas informações, em todos os âmbitos as saúde pública”, destacou.

 

O estudo analisou todas as informações como boletins epidemiológicos; informes;  detalhamento de informações, como idade, sexo; hospitalização dos brasileiros diagnosticados; oferta e ocupação de leitos; quantidade de testes disponibilizados e realizados e o formato das plataformas onde as informações podem ser acessadas, disponíveis nos sites oficiais dos governos e de suas secretarias de saúde, até o dia 02 de abril.

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