Construída há cerca de 40 anos (março de 1979) ainda pelo governo de Goiás, a ponte de Porto Nacional, na rodovia TO-255, está em situação de deterioração avançada. Informações preliminares do laudo técnico realizado pelo Estado mostram que existem fortes indícios de danificação dos balanços da ponte e das passarelas de pedestres que comprometem o uso normal do local, justificando sua interdição.
A conclusão do laudo que está sendo feito pela empresa Laboratório de Sistemas de Estruturas (LSE) vai mostrar se a ponte deverá ser totalmente interditada ou se será liberada apenas para o uso de veículos específicos e pedestres.
Enquanto o laudo não é concluído, o Governo afirma que disponibilizou barcos da Defesa Civil, do tipo voadeira, para fazer a travessia de moradores dos assentamentos do lado leste do rio para a cidade de Porto Nacional, de forma gratuita. A gestão também pontuou que está construindo atracadouros com rampas de embarque para operação da balsa para a travessia do Rio Tocantins, próximo à ponte de Porto Nacional e que a balsa deve começar a funcionar em 20 dias. A contratação das embarcações está sendo feita em caráter emergencial e, por isso, os valores de tarifas ainda estão em fase de estudos. O Governo do Estado afirmou que procura meios de subsidiar parte do custo de travessia.
Conforme o Estado, a formação do Lago com a construção da Usina de Lajeado alterou as condições normais da ponte, com a modificação do regime de enchentes e vazantes, passando os tubulões, blocos, pilares e a superestrutura a sofrerem os efeitos da alcalinização, além de uma fissuração dos pilares e vigas caixões dos balanços, em virtude da proximidade com a lâmina d’agua que umidifica constantemente essa parte da ponte. O pavimento para o tráfego de veículos também está bastante deteriorado.
Diante do agravamento da situação e com base em análises técnicas, o governo resolveu no dia 7 de fevereiro interditar, temporariamente, a ponte de Porto Nacional para que sejam realizados os trabalhos de avaliação de segurança dos blocos, pilares, vigas e lajes. A estimativa é que a ponte fique sem tráfego de veículos por um período estimado em 30 dias, podendo ser antecipado em função da conclusão dos serviços.
A decisão final sobre o formato da interdição da ponte deve ser divulgada assim que o relatório da inspeção for concluído. Enquanto os trabalhos são realizados, a Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) decidiu, com base em informações técnicas, liberar o tráfego para veículos de emergência, ou seja, está garantida a passagem de ambulância, carros de polícia, defesa civil e bombeiros. Além disso, motocicletas, bicicletas e pedestres também podem transitar normalmente, já que não geram impacto capaz de atrapalhar os trabalhos realizados na estrutura.
As discussões sobre os problemas da ponte de Porto Nacional são antigos. Desde setembro de 2011 a estrutura está parcialmente interditada. Com isso, somente veículos com até 30 toneladas de peso passavam pelo local desde então, e os que ultrapassavam o limite e precisavam chegar a Palmas precisavam pegar uma rota via Paraíso do Tocantins, aumentando a distância em 100 km.
Construção da nova ponte
A Assembleia Legislativa aprovou, em setembro de 2017, o Projeto de Lei autorizando o Governo do Estado a realizar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal (CEF), no valor de R$ 130 milhões para a construção de uma nova ponte em Porto Nacional. “No entanto, devido a questões judiciais o Ministério Público Federal (MPF) informou que iria recomendar ao secretário da Infraestrutura, Cidades e Habitação, Renato de Assunção, o cancelamento do contrato com a empresa italiana Rivoli do Brasil SPA, vencedora da licitação. Com isso, o Governo aguarda o envio, por escrito, do pedido do MPF para efetivar o cancelamento e dar início a um novo processo licitatório”, informou o Estado.
Enquanto organiza a parte burocrática do processo, o Estado diz que está executando diversas medidas para se enquadrar dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e conseguir sair da nota “C” para “B” ou “A” junto à Capag (Capacidade de Pagamento) da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), visando à liberação do empréstimo junto à Caixa Econômica Federal (CEF) no valor de R$ 130 milhões.
Comentários (0)