O interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na Companhia Energética do Tocantins (Celtins), que é controlada pelo grupo Rede Energia, Isaac Pinto Averbuch, garantiu em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 3, que não haverá corte no quadro de funcionários e nem reajuste nas tarifas de energia elétrica. “Isto não tem a menor possibilidade”, afirmou Issac ao ser questionado a respeito do aumento na tarifa por causa da intervenção.
De acordo com o interventor, seu trabalho na Companhia será no sentido de fazer a recuperação financeira da empresa. “O grupo controlador perdeu a capacidade de negociação e a empresa perdeu credibilidade no mercado, o que dificulta a renegociação das dívidas junto aos credores”, argumento Isaac.
Melhoria da qualidade
O interventor da Aneel afirmou ainda que a prioridade é, além de garantir a recuperação financeira empresa, garantir a qualidade dos serviços prestados aos consumidores. “Os índices de qualidade da empresa não são bons e é preciso melhorá-los”, argumentou.
Uma das variantes que a Aneel utiliza para medir a qualidade dos serviços é a quantidade de interrupções e o tempo de duração das interrupções de fornecimento de energia.
Negociação com grupo europeu
Durante a entrevista, Isaac afirmou que seu trabalho na companhia vai durar, inicialmente, por um ano, ou até que o grupo controlador apresente um plano de recuperação econômica e este plano seja aprovado pela Aneel.
Isaac informou também que a Rede Energia está em negociação com um grupo europeu interessado na compra da empresa. “Se estas negociações forem concretizadas e o plano for aprovado pela Aneel a intervenção será suspensa”, sustentou.
Entenda
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou que as oito distribuidoras do Grupo Rede Energia sob intervenção do órgão terão dois meses para apresentarem planos de reequilíbrio financeiro e readequação técnica das concessões.
"Se a Aneel aprovar a proposta, se for consistente, a intervenção pode ser suspensa. Mas se a proposta não for viável, a nova lei (MP 577) nos dá mecanismos de ação que podem chegar até à caducidade das concessões", completou.
Segundo o diretor-geral, os interventores nomeados pela Aneel vão analisar as situações diferenciadas de cada uma das empresas e poderão até fazer uma renegociação do endividamento com bancos e grupos privados.
Já o diretor da agência Julião Coelho destacou que em caso de extinção das concessões, as dívidas das distribuidoras não irão para as próximas licitações das mesmas. "As dívidas ficam com a concessionária, com o Grupo Rede Energia. Em caso de nova licitação, o endividamento não acompanha a distribuidora", completou.
Nesta sexta-feira, a Aneel aprovou por unanimidade a intervenção em oito concessionárias do Grupo Rede Energia. Entre as empresas que tiveram a intervenção decretada estão Caiuá, Cemat, Celtins, Enersul, Nacional, Bragantina, Vale Paranapanema e Força e Luz do Oeste.
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