Iphan cataloga casas de matriz Africana em Palmas e promoverá encontro dia 30

Em visita ao T1 Notícias, o Superintendente do Iphan, Antonio Miranda anuncia encontro com Casas de Matriz Africana de Palmas, começo de um trabalho de catalogação

Antonio Miranda dos Santos
Descrição: Antonio Miranda dos Santos Crédito: Bonifácio/T1Notícias

A Superintendência do Iphan no Tocantins promove no próximo dia 30, um encontro inusitado em Palmas, para reunir representantes das mais de 70 casas de Candomblé, Umbanda e demais derivações de cultos de matriz africana existentes na Capital. O I Encontro do Iphan e as Casas de Religião de Matriz Africana do Estado do Tocantins acontece dia 30, às 14 hs, no Auditório da Coluna do Memorial Prestes, na Praça dos Girassóis.

 

“Além do patrimônio sócio cultural das cidades históricas do Tocantins, temos uma preocupação com o patrimônio imaterial, e num Estado de grande formação negra, nos preocupamos com a invisibilidade das manifestações religiosas de matriz africana”, explicou o superintendente Antonio Miranda dos Santos, em visita ao Portal T1 Notícias, acompanhado do historiador Eric Souza , carioca, oriundo de Salvador, de onde chegou há quatro anos para integrar a equipe do Iphan em Palmas.

 

Eric tem feito a peregrinação pelas casas estruturadas, e também pelos cultos de fundo de quintal. “Começamos este trabalho imaginando que iríamos encontrar 10 casas entre mais estruturadas e mais simples, mas surpreendentemente já identificamos cerca de 70”, relata.

 

A invisibilidade preocupa: “quem carrega fundamentos e tradições tão antigas não tem o direito à invisibilidade, motivada muitas vezes pelo preconceito existente ao redor das comunidades e gerado pelo desconhecimento do que são estas manifestações”, pontua o historiador.

 

O encontro que acontece no Memorial Prestes, em Palmas, no dia 30, será aberto ao público. “Temos como foco reunir estes sacerdotes e sacerdotisas, para que se encontrem, se conheçam e passem a uma segunda etapa, que é a regularização destas casas, para que tenham acesso a direitos”.

 

Superintendente reforça papel do Iphan

O papel do Iphan não será o de tutela das casas de matriz africana, esclarece o superintendente Antonio Miranda, mas de apoio para que se organizem e possam manter as tradições que carregam. “Este patrimônio imaterial dos povos nos cabe proteger. Não temos o papel de interferir, mas de ajudar a caminharem e se firmarem, saindo da sombra, da invisibilidade e se firmando nas suas comunidades como manifestação cultural e religiosa legítima, como todas as outras”, argumenta.

 

O Iphan estará presente no aniversário de Natividade no dia 1o de junho, com sua equipe, além de apoiar os Festejos do Divino Espírito Santo.

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