A crise na Saúde foi acentuada nos últimos dias com a suspensão da alimentação a servidores nos hospitais da rede estadual e a alimentação precária servida aos pacientes.
A situação crítica foi rebatida pela Secretaria da Saúde (Sesau), que se manifestou no sentido de cobrar da empresa responsável pelos serviços que a alimentação estivesse adequada. A referida empresa é a Litucera Limpeza e Engenharia, responsável por três serviços na área da Saúde: limpeza/higienização dos hospitais do Estado; produção e distribuição de alimentos e nutrição hospitalar; e lavanderia.
Estado deve mais de R$ 56 milhões à Litucera
Alvo de críticas por suspender as refeições dos servidores, a Litucera na verdade vem se desdobrando há algum tempo para manter os serviços. Sem receber do Governo do Estado há cinco meses, a dívida acumulada soma o montante de R$ 56.092.678,89 (cinquenta e seis milhões, noventa e dois mil, seiscentos e setenta e oito reais e oitenta e nove centavos). O valor cobrado não inclui juros e correção monetária.
Sem receber pelos serviços prestados há 150 dias, a empresa não tem condições de manter a qualidade dos mesmos.
Serviços serão suspensos em três dias
Diante das cobranças do Governo do Estado, que exige a prestação de serviços mesmo sem a contrapartida do pagamento, a Litucera oficiou a Sesau nesta quarta-feira, 3, informando que se a dívida de mais de R$ 56 milhões não for paga em três dias, ou seja, até o dia 6, os serviços serão suspensos até que o Estado regularize o pagamento. No ofício, porém, a empresa não especifica se todos os serviços serão suspensos, ou se será apenas a alimentação.
Dificuldade em manter os serviços sem o pagamento
Os próprios servidores das unidades hospitalares já vinham relatando ao T1 Notícias há vários dias que o estoque de alimentos nos hospitais estava acabando e que as refeições estavam sendo preparadas com o pouco que restava. Começou com o café sem açúcar, depois o almoço sem suco, sem sobremesa, e agora nem almoço tem para os servidores.
Conforme consta no contrato entre a Litucera e o Estado, os pagamentos deveriam ser realizados no prazo de “30 dias corridos após a apresentação da nota fiscal devidamente atestada acompanhada das medições mensais”.
No ofício encaminhado à Sesau, a Litucera relata que tem enfrentado dificuldades na prestação dos serviços, tais como dificuldade em encontrar fornecedores dispostos a entregar os produtos e receber após longo período; custos de transporte de produtos não contabilizados na proposta; e aumento no preço das mercadorias, já que os fornecedores que aceitam tais condições repassam os custos da demora no pagamento ao preço do produto.
Sesau
O Portal entrou em contato com a Secretaria da Saúde ainda durante a manhã desta quinta, 4, para saber se o pagamento dos R$ 56 milhões será realizado no prazo estipulado pela Litucera, mas a resposta só foi encaminhada na manhã desta sexta-feira, 5.
Na nota, a Sesau afirma que a alimentação está sendo regularizada e que o pagamento do contrato de alimentação está ocorrendo regularmente, mas não informa quanto aos outros dois contratos: de limpeza/higiene dos hospitais e de lavanderia. Confira abaixo a íntegra da nota.
Nota à Imprensa - Sesau
Em ofício enviado para Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) o responsável administrativo da empresa Litucera – Limpeza e Engenharia comunica que já está regularizando o fornecimento da alimentação da rede hospitalar, sendo servido na noite desta quinta-feira, 04, jantar e ceia com a diversidade de alimentos conforme contrato.
A Sesau ressalta que o contrato de alimentação das Unidades Hospitalares está sendo pago regularmente. No dia 13 de novembro foi pago o valor de R$8 milhões e no dia 03 de dezembro o valor de R$ 10 milhões.
Leia também:
Crise na Saúde se agrava e HGP serve pirão no almoço para pacientes e servidores
Sintras repudia alimentação oferecida aos servidores e pacientes em hospitais
Hospital de Araguaçu suspende refeição para servidores:HGP serve caldo de feijão
(Atualizada às 10h01 do dia 05/12 com inserção de nota da Sesau)
Comentários (0)