Luiz Olinto é preso em Palmas suspeito de envolvimento em caso de lixo hospitalar

Após a prisão, o advogado foi conduzido à Central de Flagrantes de Palmas, passou por exames no Instituto Médico Legal e foi levado para a Casa de Prisão Provisória da Capital

Irmão de Olyntho Neto é investigado pela Polícia Civil
Descrição: Irmão de Olyntho Neto é investigado pela Polícia Civil Crédito: Divulgação/Facebook

O advogado Luiz Olinto Rotoli Garcia De Oliveira, irmão do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB) e filho do ex-juiz eleitoral João Olinto, foi preso ontem, 25, em Palmas, pela Polícia Civil, por suspeita de envolvimento no caso do lixo hospitalar – quase 200 toneladas de lixo foram encontradas em um galpão da empresa Sancil Sanantonio no Distrito Agroindustrial de Araguaína, no começo deste mês. As investigações são conduzidas pela 4ª Delegacia de Polícia Civil de Araguaína e o mandado de prisão preventiva expedido contra Luiz Olinto faz parte da 2ª Fase da Operação Expurgo, deflagrada no sábado, 24, com o cumprimento da busca e apreensão na Fazenda Caeté, no município de Wanderlândia, de propriedade da família Olinto, na qual foi constatada a presença de diversos resíduos de origem hospitalar, enterrados dentro da área da propriedade rural, em desacordo com as exigências legais e regulamentares.

 

O mandado de prisão de Luiz Olinto foi emitido pela 1ª Vara Criminal de Araguaína. Conforme apontou a investigação realizada pela Polícia Civil, o advogado seria a pessoa que realiza os pagamentos das despesas da empresa Sancil Sanantonio, de propriedade de seu pai e de mais duas sócias. A polícia apura se o advogado teria financiado a fuga das envolvidas no caso e dos motoristas que transportavam o lixo. Luiz Olinto ainda teria supostamente interferido na investigação, ao dificultar que a polícia localizasse as testemunhas ou obtivesse provas.

 

“Durante o curso das investigações, apurou-se que LUIZ OLINTO, logo após a divulgação do depósito clandestino de lixo hospitalar no DAIARA, interferiu diretamente no trabalho da Polícia Civil, influenciando testemunhas e destruindo provas, inclusive financiando a fuga dos dois motoristas da empresa SANCIL SANANTÔNIO CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA. e da investigada LUDMILA ANDRADE DE PAULA, ‘peça chave’ na engrenagem do esquema criminoso. Além disso, LUIZ OLINTO teria sido o mentor da tentativa de retirada do material encontrado no DAIARA logo após a primeira ação de fiscalização empreendida no local por agentes da Vigilância Sanitária, Defesa Civil e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, quando então o investigado JOÃO OLINTO impediu a entrada dos mesmos no galpão”, informou a Secretaria de Segurança Pública.

 

A SSP ainda informou que após a execução do mandado de busca e apreensão no escritório de advocacia da família Olinto, ocorrida no último dia 12, diversos documentos que comprovam a participação ativa de Luiz Olinto na gestão das empresas diretamente envolvidas no esquema chegaram ao conhecimento da Polícia Civil, "demonstrando que ele também integrava a organização criminosa com o objetivo de prestar de forma irregular o serviço público de coleta, transporte, tratamento e armazenagem de resíduos hospitalares, prejudicando assim a saúde pública e o meio ambiente, tudo isso ao custo de mais de meio milhão de reais mensais aos cofres públicos".

 

Após a prisão, o advogado foi conduzido à Central de Flagrante de Palmas, depois passou por exames no Instituto Médico Legal e foi levado para a Casa de Prisão Provisória de Palmas, de onde será transferido para Araguaína, onde as investigações estão concentradas.

 

O advogado também é investigado após R$ 500 mil em dinheiro terem sido encontrados com ele, poucos dias antes das eleições, em outubro deste ano. Luiz Olinto estava acompanhado por um policial militar que prestava serviço no gabinete do deputado Olyntho Neto, e ambos utilizavam um carro da Assembleia Legislativa cedido ao parlamentar. À Polícia Federal, o advogado afirmou que o dinheiro era uma herança deixada a ele por sua avó.

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