Mais de 180 pessoas esperam cirurgia no HGPP: pacientes chegam a esperar 30 dias

O T1 Notícias acompanhou a visita da deputada Luana Ribeiro ao HGP e constatou que 182 pessoas esperam por cirurgia no hospital, onde 70 delas estão nos corredores aguardando a sua vez chegar.

Pacientes estão internados no corredor
Descrição: Pacientes estão internados no corredor Crédito: Ascom/Luana Ribeiro

Mais de 70 pacientes aguardam em um dos corredores do Hospital Geral Público de Palmas (HGP) por uma cirurgia ortopédica e outros 112 oculpam o anexo I, onde funciona a enfermaria, e todos os 182 esperam por cirurgia, na sua maioria ortopédicas. Isso foi constatado pelo Portal T1 Notícias na manhã desta terça-feira, 19, quando a equipe acompanhou a deputada Luana Ribeiro (PR), durante visita ao Hospital.

 

“Pudemos ver muitos problemas na área de ortopedia, na área vascular, neorológica. Há uma grande necessidade em todos eles, mas hoje o problema mais latente na questão dos corredores são as cirurgias ortopédicas”, avaliou a deputada.

 

Segundo a diretora geral do HGP, Renata Duran, cerca de 300 cirurgias ortopédicas são realizadas por mês no Hospital, mas a realidade encontrada nos corredores do HGPP mostram pacientes aguardando há mais de um mês como é o caso do senhor Edmar de Sousa, que espera há exatos 30 dias por uma cirurgia em seu braço.

 

“O médico não operou ninguém essa semana e ele disse que nem se Jesus Cristo pedir ele opera ninguém na frente”, relatou Edmar.

 

A diretora do Hospital explicou que hoje as cirurgias obedecem uma ordem cronológica, ou seja, quem chega primeiro é operado primeiro. “Nossa vontade era que esse corredor estivesse vazio, mas a demanda é alta”, disse a diretora ao informar que enquanto 10 pacientes são operados em um dia, a Unidade recebe 20.

 

Atendimento estadual

Pacientes de outros municípios também são atendidos no Hospital e segundo a diretora geral são 1200 pessoas que passam pelo HGPP todos os meses. “Seria muito fácil se com a lotação máxima dos nossos leitos, resolvessemos parar de receber pacientes. Isso não é possível, nós temos que receber e buscar o atendimento. Agente não pode falar que não pode receber”, desabafou a gestora.

 

O senhor Frederico Gonçalves dos Santos, que mora em Dianópolis, aguarda uma cirurgia pois tem a doença de chagas, mas tendo em vista o defeito em uma peça do aparelho de hemodinâmica não deve conseguir realizar o procedimento pelos próximos dias. “A peça chegou, mas quando o técnico foi instalar ela não serviu e por isso devolvemos e aguardamos que até o fim da semana ela esteja aqui para ser instalada”, disse a diretora do HGP.

 

Vários outros pacientes estão na mesma situação, esperando a sua vez para realizar a cirurgia. Como é o caso de Tatiane Ferreira, que mora em Bom Jesus do Tocantins e aguarda atendimento para a cirurgia que precisa fazer no tornozelo há 28 dias. “Não tenho condições de voltar para casa sem fazer a cirurgia, só queria ser atendida e voltar para casa”, relatou Tatiane.

 

A deputada Luana Ribeiro, que foi parada diversas vezes pelos pacientes nos corredores, ressaltou que “o que falta é gestão, porque dinheiro o Tocantins tem”.

 

Falha grave

Para a deputada a principal falha do HGPP é na comunicação interna. “Os pacientes não sabem o diagnóstico, clamam por informação, mas já me foi passado que vai ter um boletim médico diário onde os pacientes vão receber oficialmente as informações”, ressaltou a deputada.

 

Outro problema visualidado por Luana foi a remuneração dos médicos e citando um contracheque que médico entregou a ela com valor de pouco mais de R$2.900, destacou que “qualquer profissional, não só da área da Saúde, mas de qualquer uma, precisa ter a remuneração condizente. Pude observar que os médicos continuam na batalha e os que davam plantão em outros municípios perceberam que não compensa.

 

Reconhecendo dificuldades

A diretora Renata Duran aproveitou o momento e falou a respeito de algumas dificuldades vivenciadas no dia a dia do HGPP como a medicação que ainda não está normalizada, mas segundo ela tem sido possível trabalhar e falou sobre o espaço reservado aos pacientes oncológicos. “O espaço ainda é inadequado e com a reforma deve se resolver, mas não estamos tendo problemas.

 

Diante das afirmações da gestora, a deputada Luana Ribeiro a elogiou e disse que “a pior coisa que um gestor faz é jogar a sujeira debaixo do tapete, tem que reconhecer e resolver o problema e o interesse e a transparência da equipe mostra essa vontade”.

 

Melhorias

Entre as melhorias apresentadas por Renata, está a criação do Banco de Olhos do Tocantins (BOTO) que pretende facilitar os transplantes realizados no Estado e ela destacou ainda o já implantado Centro de Infusão Traumatológico. “Este espaço ajuda a desafogar já que tem o objetivo de realizar os tratamentos das pessoas que não precisam de internação”, informou.

 

Outra questão levantada foi a da Sala Vermelha do HGPP, que recebe os pacientes em situação grave, mas que não precisam ir para a UTI. Segundo o doutor Wallace André, que coordena o Pronto Socorro, em 60 dias a obra deve ser concluída. “Teremos mais espaço e uma recepção que atua de forma eficiente e o problema dos pacientes vão ser resolvidos de forma ágil”, disse Wallace ao informar que com a agilidade no atendimento o hospital pode economizar cerca de R$ 1 milhão por ano.

 

Além do coordenador do Pronto Socorro e da diretora geral do HGPP, o diretor técnico, Jales Paniago, também acompanhou a visita às dependências do Hospital.

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