Mais de 700 pessoas são atendidas no Mutirão da Conciliação em Araguaína

Foram beneficiadas com exames de DNA mais de 400 pessoas, com a realização de 142 coletas de material genético, o maior numero registrado entre as Regionais.

 “Eu só tenho que agradecer pela oportunidade não só de saber quem é meu pai, mas de poder me sentir uma cidadã, que depois de velha vai ter nos documentos o nome da mãe e do pai como todo mundo. Sem essa iniciativa da Defensoria Pública talvez eu morreria sem ter a confirmação de quem é realmente o meu pai”. Essas palavras são da dona de casa Ivanilda Martins da Silva, de 43 anos, que trouxe o possível pai dela, Saturnino Alves dos Santos, 88, para fazer o reconhecimento da paternidade. Mesmo com a saúde debilitada, o idoso fez questão de comparecer.

 

“Eu sempre soube que ele era meu pai, mas até hoje não tinha como provar para colocar no meu registro, e também queria ter a certeza. Nunca imaginei que isso seria possível por causa do valor do exame de DNA, e, com esta oportunidade, não perdi tempo e trouxe-o, mesmo doente, para fazer este tão sonhado exame”, completou  emocionada a dona de casa. 


 

A fala de dona Ivanilda expressa o sentimento de centenas de pessoas que participaram do Mutirão de Conciliação da Defensoria Pública em Araguaína nesta sexta-feira, 28. Mais de 700 pessoas foram atendidas durante o evento e, superando as expectativas, foram beneficiadas com exames de DNA mais de 400 pessoas, com a realização de 142 coletas de material genético, o maior numero registrado entre as Regionais. 


 

“Ao final dos trabalhos, a sensação é de que hoje a Defensoria Pública se emprenhou muito e deu importante contribuição para a pacificação social., em especial para combater o sub registro. Um programa desta magnitude há de ser tornar uma ação permanente, afirmou o diretor do Núcleo Regional da Defensoria Pública em Araguaína, defensor público Rubismark Saraiva Martins.

 

Outra beneficiada foi a jovem C.G, 15 anos. A adolescente conta que não ter o nome do pai no documento era motivo de chacota entre os amigos e que por isso fez questão de convencer a mãe a participar do mutirão. “Eu falava para ela todo dia até que ela criou coragem, ligou para meu possível pai, mas por causa do valor eles não tinham como fazer. E ai veio essa oportunidade grande, agora eu estou ansiosa para saber o resultado e se comprovado colocar o nome dele em todos os meus documentos”, relata a estudante.

 

O Mutirão de Conciliação integra a Campanha Nacional “Ensinar, prevenir, conciliar: Defensores Públicos pela garantia extrajudicial dos direitos”, desenvolvida em comemoração ao Dia da Defensoria Pública, em todas as Diretorias Regionais da Instituição no Estado. Araguaína foi a última regional a a participar do Mutirão de Conciliação. Ao todo foram atendidas cerca de 4700 pessoas, com destaque para a realização de exame de DNA gratuito, em que foram registradas 596 coletas.



 “Ao final faço uma avaliação positiva do Mutirão, que cumpriu sua missão maior de levar o sentimento de pacificação para as pessoas. Além disso, pudemos garantir que muitos conflitos não se tornassem ações judiciais e abarrotassem ainda mais o poder judiciário. Mas nosso dever não para por ai. Iremos continuar trabalhando essa questão da conciliação por meio das Câmaras de Conciliação, que atuam diariamente na Defensoria Pública e assim garantir o acesso e a efetividade da justiça para todos”, finalizou o defensor público geral, Marcello Tomaz de Souza.


 
 

 

Comentários (0)