Os presidentes da Agência de Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), Tom Lyra; e o presidente do Instituto Rural do Tocantins (Ruraltins), Fernando Silveira, estiveram reunidos nesta segunda-feira, 15, com objetivo de discutir a preservação e o manejo da semente do capim dourado.
“O capim dourado é um recurso finito, sendo necessário realizar ações de capacitações, objetivando a exploração sustentável desse bem tão importante que é a matéria-prima para produção do artesanato, sendo a principal fonte de renda para as comunidades da região do Jalapão”, considerou Tom Lyra.
A ideia é garantir a preservação do capim dourado e a produção do artesanato, como forma de fomentar o turismo e gerar mais renda, além da qualidade de vida para as comunidades quilombolas que vivem no Jalapão.
“A demanda foi apresentada pelo presidente da Adetuc, Tom Lyra, para tornar sustentável essa atividade dos quilombolas. A preocupação é com a propagação e a preservação do capim dourado. Se o capim for colhido na época errada e com semente, pode comprometer a reprodução da espécie nativa da região’”, disse o presidente do Ruraltins, ressaltando que órgão irá discutir junto com os técnicos especializados meios para auxiliar a comunidade no manejo correto, com o propósito de tornar sustentável a atividade de extração do capim dourado.
No encontro, ficou definida uma nova reunião com a participação dos engenheiros agrônomos do Ruraltins, que deverá ocorrer na próxima semana, visando a elaboração de um plano de cursos de qualificação para as comunidades quilombolas de Mateiros e São Félix do Tocantins.
Capim Dourado
O capim dourado é uma espécie de sempre-viva da família Eriocaulaceae (Syngonanthus nitens Ruhland), ocorre em campos úmidos próximos a veredas em diversas regiões do Cerrado. Sua característica principal é a cor que lembra a do ouro. Mumbuca, é a principal localidade, onde começou o desenvolvimento da produção artesanal, um vilarejo localizado no município de Mateiros. Atualmente, esses artesanatos são produzidos em outras localidades da região do Jalapão.
O artesanato de capim dourado chegou ao Jalapão em meados de 1920 pelas mãos de índios Xerente. A arte foi aprendida por moradores da comunidade quilombola do Mumbuca e, desde então, é passada de geração em geração nas comunidades jalapoeiras.
O capim dourado só pode ser colhido entre 20 de setembro e 20 de novembro para que não entre em extinção. Existem regulamentações no Estado do Tocantins que proíbem a saída do material in natura da região, somente em peças já produzidas pela comunidade local, visando a sustentabilidade ambiental, social e econômica do local.
Quilombolas
As comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemente constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de ex-escravizados, que se autodefinem a partir das relações específicas com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e as práticas culturais próprias.
(Com informações do Governo do Estado)
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