Nesta segunda-feira, 15, a Polícia Civil realizou a “Operação Intramuros”. O objetivo da ação policial foi cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra mais de 70 membros do crime organizado em Palmas e outras 13 cidades do Tocantins, além dos estados de Goiás, Pará e Piauí. Grande parte dos alvos já cumpriam penas por outros crimes nos principais estabelecimentos prisionais do Estado.
Para a Polícia Civil, esta é a maior operação de combate ao crime organizado no estado, exigindo seis meses de complexo trabalho investigativo. Até o momento, 60 pessoas foram presas e apreendidos 1,5 kg de crack, 1 kg de maconha, além de duas armas de fogo. A operação contou com cerca de 300 policiais civis do Estado por meio das delegacias Especializada na Repressão a Narcóticos – DENARC, da unidade do Ciopaer, do Grupo de Operações Táticas Especiais – GOTE, entre outras unidades da Polícia Civil e agentes do Sistema Prisional do Tocantins.
Segundo o delegado Eduardo de Menezes, responsável pela operação, as investigações iniciaram em outubro de 2018, após uma tentativa de homicídio no pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Paraíso. "Aprofundamos as investigações a partir da ação realizada pelos técnicos em defesa social da unidade prisional, para impedir a execução de preso, membro de facção de renome nacional, segregado em uma das celas do referido pavilhão. A coleta de informações realizada pela Polícia Civil para esclarecer as causas do atentado contra vida do preso, culminou na construção de rico acervo probatório, o qual delineia com exatidão toda dinâmica criminosa da facção, em especial a engrenagem montada por seus membros para o alcance de sucesso na consumação de homicídios, roubos, entre outros crimes praticados em caráter secundário, com o objetivo de garantir a execução de sua principal atividade, qual seja o tráfico de drogas", ressaltou.
Homicídios
Em entrevista coletiva no final da manhã desta segunda, 15, o delegado esclareceu a população sobre os reflexos da "luta" entre facções nas taxas de homicídios em geral: "Essa rivalidade se estendeu para as ruas e hoje é, sem dúvida, a principal causa dos homicídios ocorridos no estado (e no país)". E acrescentou: "A morte de um criminoso rival é o mais 'importante' ato em favor da facção, reverte ao integrante na figura de uma espécie de pontuação, utilizada posteriormente para ascender na hierarquia da organização".
Durante o período de investigações, o Núcleo de Paraíso da DEIC conseguiu ainda esclarecer três homicídios, um ocorrido em Paraíso do Tocantins, e outros dois em Palmas, ambos no mês de setembro do ano passado.
"Gerais"
De acordo com a DEIC de Paraíso, chamou atenção, durante o período de investigação, o estágio avançado de organização que o grupo criminoso alcançou desde sua fundação, ainda na década de 90. Prova disso é sua estruturação em diversos cargos com funções específicas. As principais lideranças atuantes no Tocantins, os chamados “Gerais”, foram presos na operação desta segunda-feira,15. Cita-se, dentre as figuras de maior envergadura, a prisão do “Geral” do Estado, o “Geral” do Interior, o “Geral” de Palmas, o “Geral da Zona Norte de Palmas, o “Geral” de Araguaína, o Geral de Paraíso, o “Geral” de Lagoa da Confusão, “Geral” de Porto Nacional, “Geral” de Colinas, entre outras.
Contas
As investigações identificaram também que parentes dos faccionados realizaram aberturas de acessos bancários onde os valores das comercializações seriam depositados naquelas contas. Quatro contas bancárias utilizadas para movimentar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas foram bloqueadas.
Cidades
No Tocantins, os criminosos foram presos nas cidades de Paraíso do Tocantins, Palmas, Barrolândia, Lagoa da Confusão, Marianópolis, Chapada de Areia, Cariri, Porto Nacional, Araguaína, Colinas, Guaraí, Tupirama. No estado de Goiás, os investigados foram presos em aparecida de Goiânia. No Piauí, foram presos na cidade de Marcolândia e no Pará, em Paraupebas.
A Operação Intramuros continua em andamento e informações adicionais serão repassadas em momento oportuno.
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