Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas aponta intensificação da seca no TO

Conforme o indicador, entre maio e junho, ocorreu a intensificação do fenômeno com o aumento de 7% para 27% da área com seca moderada no território tocantinense

Crédito: Divulgação Monitor de Secas

Última atualização do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aponta intensificação da seca no Tocantins e no Pará. Conforme o indicador, entre maio e junho, ocorreu a intensificação do fenômeno no Tocantins com o aumento de 7% para 27% da área com seca moderada no território tocantinense. O Monitor de Secas observa que em junho, devido às chuvas abaixo da média e a piora nos indicadores, houve o avanço da seca fraca no centro, no oeste e no sul Tocantins. Ocorreu também o agravamento da seca, que passou de fraca para moderada no sul e no leste do estado. Os impactos são de curto prazo no sul e extremo norte, e curto e longo prazo nas demais áreas.

 

No Pará, o aumento da área com seca moderada saltou de 7% para 9% do estado. O Monitor indica também que, devido à estabilidade das áreas com seca moderada e/ou grave, a severidade da seca se manteve estável no Acre, Amazonas e Rondônia. Na comparação entre os dois meses, a área com seca aumentou simultaneamente em quatro dos cinco estados do Norte acompanhados pelo Monitor: Acre, Amazonas, Pará e Tocantins. A maior variação aconteceu no Amazonas, onde a porção com seca subiu de 24% para 61% do território do estado. No sentido oposto, houve a redução da área com seca em Rondônia, onde a seca recuou de 53% para 42% do território.

 

Cenário nacional

Entre maio e junho, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em três estados, conforme a última atualização do Monitor de Secas: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo. Em outros três estados, a seca ficou mais intensa no período: Bahia, Pará e Tocantins. A seca ficou estável em termos de severidade em 17 unidades da Federação: Acre, Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. O Ceará foi o único estado monitorado que seguiu livre do fenômeno, que voltou a ser registrado no Paraná. 

 

O Monitor de Secas

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

 

Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. No Tocantins, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh/TO) é a responsável pelas informações.

 

O Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins. O processo de expansão continuará em 2023 até alcançar todas as 27 unidades da Federação, com a inclusão do Amapá e Roraima ainda neste ano.

 

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 24 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.

 

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

 

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