Morte de dona de casa e 29 pacientes graves na lista de espera expõe falha do HGP

Dona de casa morreu na UPA Sul sem atendimento de emergência solicitado pela Saúde de Palmas ao HGP

Crédito: Nielcem Fernandes/Governo do Tocantins

A morte da empregada doméstica Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, ocorrida na última segunda-feira, 8, em Palmas, expõe a dramática situação de pacientes que necessitam de leitos no Hospital Geral de Palmas (HGP). Nesta quinta-feira, 11, a Secretaria Municipal da Saúde da Capital (Semus) informou que há 29 pessoas aguardando desde a última segunda-feira, 8, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital a regulação de vagas de leitos no HGP, que é de competência da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO)

 

Apesar da morte de Aurilene e dos 29 pacientes em estado grave que aguardam nas UPAs, a SES-TO informou em nota está atendendo regularmente às demandas provenientes das UPAs da Capital e que tem se empenhado para reduzir o tempo de espera, “garantindo um atendimento contínuo e humanizado a todos os pacientes. A SES destaca que as transferências dos pacientes obedecem critérios de avaliação das equipes médicas reguladoras. Veja ao final da matéria a nota completa.

 

Drama

 

Sepultada nesta terça-feira, 9, em Miranorte, Aurilene deixa três filhas e o marido Isaias Rodrigues Pereira, de 37. O drama dela começou no domingo, 7, quando às 18 horas, ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA Sul). Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (Semus) informa que a paciente recebeu suporte multiprofissional, mas com a evolução e a gravidade do caso, a UPA solicitou às 22 horas do mesmo dia ao SER a regulação dela para o Hospital Geral de Palmas. O grave quadro da paciente voltou a ser atualizado para o SER na madrugada de segunda-feira, 8, e na manhã deste mesmo dia. Ainda na UPA, Aurilene chegou a ser entubada, mas às 11 horas ela não resistiu e morreu. Confira as notas completas abaixo.

 

MPE

Em nota oficial, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) informou que não foi acionado por familiares, para que atuasse na defesa da saúde neste caso individual. Veja nota completa abaixo.

 

Veja as notas da Semus

 

Nota sobre a paciente

 

A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informa que a paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul no domingo, 7, às 18 horas, onde a usuária passou pela triagem e recebeu suporte multiprofissional. A paciente ainda precisou ser entubada e ressalta que, com a evolução e gravidade do caso, foi solicitado às 22 horas do mesmo dia a regulação da usuária para o Hospital Geral de Palmas, onde foi repassado para a rede estadual toda a urgência para transferência. No entanto, destaca que a regulação de tais leitos é de competência da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO).

 

Nota sobre o número de pessoas aguardando nas UPAs

 

Informamos que no momento há 29 pessoas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Capital aguardando leitos no Hospital Geral de Palmas (HGP). Reforçamos que o número é atualizado constantemente. 

 

Veja nota da SES-TO

 

Nota

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que o Hospital Geral de Palmas, possui 394 leitos clínicos e 40 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de 30 leitos de pronto-socorro. Aliado a isso, uma rede hospitalar privada da Capital, teve 64 leitos de UTI e 32 leitos clínicos credenciados, os quais funcionam como retaguarda do HGP.

A SES-TO enfatiza que de outubro de 2021 até a presente data, aumentou em 139% o número de leitos de UTI adultos em todo o Estado, saindo de 88 para 211.

Por fim, a SES-TO ressalta que está atendendo regularmente às demandas provenientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Capital e tem se empenhado para reduzir o tempo de espera, garantindo um atendimento contínuo e humanizado a todos os pacientes. Vale destacar que as transferências dos pacientes obedecem critérios de avaliação das equipes médicas reguladoras.

Palmas, 11 de maio de 2023
Secretaria de Estado da Saúde

 

Nota oficial MPTO

Acerca do caso específico da paciente, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que não foi acionado por familiares, para que atuasse na defesa da saúde neste caso individual.

No que se refere à defesa do direito coletivo, encontra-se em tramitação uma Ação Civil Pública (ACP) em que a 27ª Promotoria de Justiça da Capital requer que o Estado adote medidas para evitar a morosidade na transferência de pacientes para leitos em hospitais de referência. Além de garantir maior agilidade no atendimento, a ação visa diminuir as filas de espera.

Paralelo à ACP, o MPTO tem realizado audiências administrativas para cobrar do Estado do Tocantins e do Município de Palmas providências para assegurar o atendimento dos pacientes que precisam ser transferidos das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital para o Hospital Geral de Palmas (HGP).

A audiência administrativa mais recente aconteceu no último dia 3, ocasião em que a Promotoria de Justiça solicitou informações acerca da regulação de leitos no Estado e as ações que estão sendo desenvolvidas para sanar as irregularidades.

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