Após as manifestações bolsonaristas deste 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, caminhoneiros bloquearam nesta quarta-feira, 8, inúmeras rodovias pelo Brasil, inclusive estradas que fazem divisa com o Tocantins, como a BR-153, em Gurupi e Araguaína - perto da entrada do Distrito Agroindustrial (Daiara) -, que foram fechadas com pneus e caminhões para impossibilitar a passagem.
Vídeos de várias regiões do Brasil circulam nas redes sociais das BRs 153 (Araguaína-TO), 101 (Safra-ES), 470 (Itajaí - SC), 158 (Araguaia - MT), 242 (Luís Eduardo Magalhães-BA), MA-006 (Balsas-MA sendo fechadas com pneus, britas e caminhões. Organizadores do protesto impedem a passagem de veículos de carga e permitem que apenas automóveis com cargas perecíveis, ambulâncias e leves passem pelos locais.
Os grupos de caminhoneiros não informaram por quanto tempo os atos acontecerão. Em um dos vídeos divulgados por um participante, ele diz: "agora sim ó, se o povo não abraçar essa causa, essa causa é uma causa perdida porque não é só do caminhoneiro. O povo precisa de fato se juntar aos caminhoneiros e continuar os trabalhos que foram iniciados no 7 de setembro".
As reivindicações não foram divulgadas abertamente pelos manifestantes, contudo, um dos caminhoneiros, em um dos vídeos, diz que eles lutam "por um Brasil melhor, fora corrupção, fora PT". Outro vídeo divulgado alerta: "o trânsito já está paralisado pelos caminhoneiros. A tão famosa, temida greve dos caminhoneiros já chegou na região norte e o trânsito já está paralisado".
Além de vídeos, circulam também áudios de caminhoneiros convocando uns aos outros para o bloqueio da BR-153, em Araguaína. "Quem tiver pro lado de Colinas, eu tô indo lá pro Daiara agora levando as carretas para poder fechar lá, já vamos fechar Araguaína aqui. Já estou indo com os caminhões pra lá", informa.
Polícia Rodoviária Federal está no local e dialoga para desbloqueio
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que está no bloqueio em Araguaína e tenta dialogar para que a rodovia seja desbloqueada.
Manifestações após atos de 7 de setembro
Os bloqueios ocorrem após os atos de 7 de setembro, em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro. As manifestações, incentivadas pelo próprio presidente, foram marcadas por ataques e ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Congresso Nacional.
Luiz Fux, presidente do STF, discursou nesta quarta-feira, 8, após as falas de Bolsonaro, afirmando que "ninguém fechará" a Corte e que o que ele cometeu foi crime de responsabilidade por desprezar decisões judiciais. "Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional", pontuou.
Comentários (0)