O Ministério Público Estadual (MPE/TO) concluiu o inquérito sobre a morte do jovem Wilque Romano, de 19 anos, morto pela Polícia Militar no dia 03 de janeiro desse ano, no município de Formoso do Araguaia. O inquérito apurado pelo MPE aponta que os policiais militares implantaram a arma na cena do crime, pois não foram encontradas impressões digitais da vítima no armamento e outras circunstâncias que favoreceram o entedimento.
Hick Bueno de Assis, Rafael Menes Dutra, Leandro Marques de Castro e Aldaires Monteiro da Silva, policiais militares envolvidos no crime, alegaram que o jovem estava empinando uma moto em via pública e portava arma de fogo. O disparo contra Wilque Romano foi efetuado após perseguição da força policial. O jovem foi atingido nas costas por um tiro de arma de fogo e veio a óbito. Os policiais contam que após o disparo, pediram uma sacola plástica na vizinhança para “guardar” os pertences da vítima, incluindo a arma de fogo calibre 22.
A investigação do MPE nega a versão contada pelos policiais. Em entrevista ao Portal T1, o promotor de justiça, Roberto Garcia, da 8ª Promotoria de Gurupi, garante que o inquérito aponta que os policiais forçaram um álibi e implantaram a arma na cena do crime e nenhuma impressão digital da vítima foi encontrada na perícia do armamento. O promotor contou que a dúvida veio de contradições nos depoimentos dos policiais, junto às provas produzidas e as testemunhas envolvidas no caso.
“Na investigação, nem a Polícia Civil, nem a Polícia Militar foi atrás de saber se o álibi dos policiais era verdadeiro ou não, mas nós corremos, o Ministério Público. Eu mandei uma equipe da Polícia Civil ir até a vizinhança e todos os vizinhos falaram que não tinham fornecido sacola para nenhum policial. Com algumas filmagens, feitas por populares, chegamos a conclusão que aquela sacola já estava ali na viatura, e que aquela arma, inclusive, também já estava lá”, disse o promotor.
Roberto ainda conta que o laudo cadavérico aponta a trajetória do disparo feito pelo policial e conclui que “era impossível de ser feita na posição que ele tava, então o disparo ocorreu pelas costas da vítima, em posição típica de execução”. “Nós estamos convencidos que a arma foi implantada na cena do crime e ocorreu fraude processual”, enfatizou.
Questionado sobre uma possível motivação para o crime o promotor disse que “ em relação ao porque que atirou, a gente não tem como saber”. Roberto acrescentou a informação de que o MPE vai imputar uma denúnciaessa semana, contra o policial militar autor do disparo, Leandro Marques de Castro. “Por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e que impossibilitou a defesa da vítima. Nós vamos enviar uma cópia do inquérito policial para o promotor militar de Palmas, para que ele avalie se é o caso de processar os policiais militares por fraude processual”, disse.
O promotor informou que policial que disparou o tiro, que levou à morde de Wilque Sampaio, vai responder no Tribunal do Júri por homicídio. A apuração e condenação sobre possível Fraude Processual será decidida pela área jurídica da Polícia Militar do Tocantins.
A Polícia Militar foi procurada e disse que ainda não foi notificada sobre o assunto, mas irá se manifestar assim que for notificada oficialmente.
Comentários (0)