A denúncia contra os 19 detentos que fugiram da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota (UTPBG) no dia 2 deste mês foi apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPE-TO). O Inquérito Policial apresentado no último dia 27 apontava, ao todo, 10 crimes cometidos pelos fugitivos, com penas que chegavam até 272 anos de prisão. “A denúncia é relativa aos crimes cometidos com o objetivo de viabilizar a escapada”, informou o MPE.
De acordo com denúncia apresentada pelo MPE-TO, o grupo deverá responder por formação de organização criminosa; evasão mediante violência contra a pessoa; roubos e sequestros; tentativas de homicídio; furto; disparo de arma de fogo; tentativas de latrocínio; e porte ilegal de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito. Dos crimes salientados pela Polícia Civil e não considerados pela MPE foram o de Sequestro e Dano ao Patrimônio Público.
No total, 28 detentos fugiram do presídio pela porta da frente, sendo que nove deles foram mortos e 19 foram recapturados e reencaminhados para a Barra da Grota, os quais agora foram denunciados.
Detalhes
A denúncia relata os crimes e seus respectivos autores e vítimas. É narrado que, para arquitetar a evasão e praticar os crimes relacionados a ela, os detentos formaram uma organização criminosa, liderada por Valdemir Gomes de Lima, que veio a falecer em confronto com os policiais.
Ainda dentro da unidade, eles fizeram técnicos da Defesa Social e agentes administrativos de reféns; subtraíram dos servidores armas, carteiras, celulares e chaves de veículos; e tentaram assassinar integrantes do sistema prisional com tiros e golpes de “chucho” (faca artesanal).
Saindo do presídio, servidores foram levados em sequestro e houve disparos de arma de fogo em direção à unidade prisional, como forma de comemorar a fuga. Na rodovia TO-222, os fugitivos dispararam contra um condutor com o objetivo de roubar seu veículo; e confrontaram policiais militares com tiros, conseguindo subtrair da viatura policial duas pistolas semiautomáticas e munições.
Em seguida, os fugitivos entraram numa mata, levando consigo as armas e os reféns.
“As vítimas sofreram grave sofrimento físico e moral em poder dos denunciados, já que foram quase 30 horas sob a mira das armas de fogo, no meio de confronto entre os policiais e os denunciados, sendo que, inclusive, a vítima Elisângela quase morreu ao atravessar o rio Lontra por não saber nadar”, consta no texto da denúncia, que é assinada pelo Promotor de Justiça Benedicto de Oliveira Guedes.
Detentos denunciados
Foram denunciados Breno Raylan da Silva Rodrigues, Carlos Daniel da Silva, Daniel Felipe Soares, Denilson Monteiro do Nascimento, Lázaro Carneiro Gonçalves, Lidembergue Lima da Silva, Marcelo de Araújo Ferreira, Hélio Araújo Barros, João Marcelo Pereira Borja, Júnior Pereira de Sousa, Denis Alex Alencar de Brio, Francisco Vieira dos Santos, Marcos Pablo Soares de Carvalho, Maurício Pereira da Silva, Regério Morais Alencar, Thalison Ribeiro Coelho, Thiago Borges de Araújo, Werlison da Silva Martins e Welley Hernandes do Carmo.
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