O Ministério Público do Tocantins instaurou nesta segunda-feira, 19, através da 9ª Procuradoria de Justiça da Capital, dois inquéritos civis públicos contra as portarias publicadas no Diário Oficial do Estado no último dia 16, que exoneraram delegados e servidores da Segurança Pública, incluindo o delegado da regional de Araguaína, Bruno Boaventura, que esteve à frente das investigações envolvendo familiares do deputado Olyntho Neto (PSDB).
A intenção é averiguar a motivação das exonerações e também se o ato visou o desmantelamento da estrutura hierárquica e administrativa da Polícia Civil do Estado do Tocantins. No total, 12 autoridades policiais foram exoneradas do cargo de Delegado Regional de Polícia Civil.
No documento do MPE constam considerações como "improbidade pública com possível desvio de finalidade e com violação aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, tipificado no art. 11, da Lei Federal nº 8.429/92 por agente(s) político(s) integrante(s) do Poder Executivo do Estado do Tocantins, consubstanciado na exoneração do Delegado de Polícia Regional, Bruno Boaventura Mota", bem como das servidoras Ana Carolina Donato Bossonaro, Ananda Dalessandro Gomes e Maria Julia Gomes de Saturnino, lotadas na Delegacia Especializada no Combate aos Crimes contra a Administração Pública (DRACMA).
No inquérito ainda são apontadas as ocorrências chefiadas pelo delegado Bruno, envolvendo os familiares do deputado, como o caso das investigações sobre um galpão encontrado com quase 200 toneladas de lixo hospitalar, pertencente a seu pai, e também sobre o caso do irmão do parlamentar, detido transportando uma mala com R$ 500 mil, em outubro, em Araguaína, dias antes das eleições gerais, com utilização de carro e servidores da Assembleia Legislativa, durante a apreensão.
Olyntho deixa comando do Governo na AL
Recém reeleito, o deputado divulgou ainda nesta manhã, após a instauração do inquérito do MPE, e as demais negociações que ocorrem no Palácio Araguaia, um comunicado oficial anunciando seu afastamento da liderança do Governo na Assembleia Legislativa. Na nota, o parlamentar não esclarece as polêmicas entorno de seu nome, mas justifica o afastamento, "em seu propósito de reorganizar e desenvolver nosso querido Estado do Tocantins, sem vínculo com qualquer fato alheio ao seu desejo de trazer dias melhores para o povo tocantinense".
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