O Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou uma ação contra o Cartório de Registro Público Imobiliário de Riachinho, por supostas fraudes no registro de cerca de 27.300 hectares. De acordo com o MPE, a área total, que sequer existia, equivale a metade da extensão territorial do Município. A Ação Civil Pública (ACP) foi protocolada na última segunda-feira, 06, com pedido de liminar, requerendo a suspensão imediata dos efeitos dos documentos.
A ACP foi proposta em desfavor do Cartório de Registro de Imóveis e de cinco proprietários de imóveis rurais. Segundo a Ação, o Oficial de Registro Civil Flávio Ferreira Lima Marchevsky, afastado por força de decisão judicial, expediu, entre os anos de 2009 e 2015, certidões de inteiro teor de imóveis rurais inexistentes, sem que houvesse sequer escrituras públicas de compra e venda.
De acordo com o Promotor de Justiça Celsimar Custódio Silva, titular da Promotoria de Justiça de Ananás, o oficial utilizava-se de selos e de emolumentos para “esquentar” as certidões. “A partir daí, criava direitos à pessoa beneficiária de fraude, ou seja, aquele que figurava como adquirente do imóvel”, explicou. De posse desse documento, os supostos proprietários poderiam até contrair empréstimos bancários em instituições financeiras, complementou o Promotor de Justiça.
No mérito da Ação Civil Pública, o MPE requisita que seja declarada a nulidade absoluta das certidões, condenando os requeridos ao pagamento de ônus de sucumbência no valor de R$ 390 mil.
Suspostos imóveis
Matrícula nº 77 – Fazenda Olho D'Água / Proprietário: Elaine Cristina Aparecida de Souza
Matrícula nº 33 – Fazenda Cedrarana / Proprietário: Helder Rodrigues Nogueira Porto
Matrícula nº 384 – Fazenda Belo Horizonte / Proprietário: Waterloo Pereira de Aguiar.
Matrícula nº 419 – Fazenda Santa Clara / Proprietário: Leonardo Costa Machado.
Matrícula nº 421 – Fazenda Primavera / Proprietário: Paulo Cezar Machado.
Matrícula nº 433 – Fazenda Porteira I / Proprietário: Paulo Cezar Machado.
(Com informações da Ascom MPE)
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