MPTO busca na Justiça a condenação de Carlesse, três ex-secretários e 10 delegados

Representação denuncia a suposta estruturação da Polícia Civil, com substituição de delegados, para interferir e atrapalhar investigações de corrupção na gestão do ex-governador Mauro Carlesse

Crédito: Antônio Gonçalves/Governo do Tocantins

Representação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e  pela 9ª Promotoria de Justiça da Capital, ambos do Ministério Público do Tocantins (MPTO),  busca na 3ª Vara Criminal de Palmas a condenação do ex-governador Mauro Carlesse (Agir); de três ex-secretários que na gestão dele responderam pelas pastas da Segurança Pública, Casal Civil e Parcerias e Investimentos; e de 10 delegados por interferência em investigações contra corrupção no Tocantins.



Datada de 16 de setembro de 2024, a representação denuncia a suposta estruturação da Polícia Civil, com substituição de delegados,  para interferir e atrapalhar investigações de corrupção na gestão do ex-governador Mauro Carlesse, que está preso há um mês por suposto risco de fuga internacional.  O T1 Notícias buscou junto ao TJTO informações sobre o andamento do processo na 3ª Vara Criminal, mas até o momento não houve retorno.



O suposto aparelhamento da Polícia Civil foi alvo também das investigações que tramitaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a qual levaram ao afastamento e renúncia do ex-governador Mauro Carlesse.



A Representação recorda que, durante as investigações da Polícia Federal,  foram amealhadas provas de que uma das organizações criminosas chefiadas pelo ex-governador chegou ao ponto de, no ano de 2020, usar a estrutura policial no planejamento e na execução de um “flagrante forjado” de tráfico de drogas contra um desafeto de Carlesse. Segundo apurado, o governador teria determinado a policiais civis que introduzissem furtivamente porções de entorpecentes na residência de seu desafeto "e, posteriormente, a Polícia Militar foi acionada para prender o inocente em flagrante".



As investigações quanto aos atos da Polícia Civil remontam a 2018, quando Carlesse assumiu o governo, e estão relacionadas a situações como a abertura de sindicâncias e processos disciplinares contra delegados que investigavam corrupção, mudanças no comando de delegacias e grupos de combate à corrupção, além da criação de Manual de Procedimentos que proibia os delegados de criticarem autoridades e darem entrevistas sem autorização.



Penalidades
Além de pedir a instauração de processo penal, com a citação dos denunciados para apresentarem resposta escrita, o MPTO requer a decretação da perda dos cargos públicos e a fixação de indenização mínima, conforme artigo 387, IV do Código de Processo Penal, no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), a título de danos morais coletivos.

 

Confira aqui a Representação 

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