MST quer terras públicas ociosas destinadas à produção de alimentos ​​

Acampados no Incra em Palmas, 250 famílias pedem regularização fundiária e proteção contra a violência no campo

Crédito: Divulgação/T1 Notícias

Mais de 250 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão acampadas desde terça-feira, 22, na sede do Incra em Palmas, em busca de soluções para a violência no campo e a regularização de terras. Representantes de dez acampamentos do estado do Tocantins, que incluem comunidades de Araguatins, Carrascos Bonito, Crixás e outras regiões, se uniram no que é chamado o "Acampamento Estadual por Terra e Pela Vida". As duas principais pautas do movimento são o combate à violência contra os trabalhadores rurais e a obtenção de terras para a agricultura familiar.

 

Jorge Lima, da Direção Estadual do MST, afirmou que a mobilização está organizada de forma autossustentável, com os acampamentos arrecadando recursos próprios para alimentação e transporte, com apoio também de organizações e representantes da sociedade. "A arrecadação é feita entre as próprias famílias e toda a alimentação vem da produção desses acampamentos, pois a maioria deles já está em áreas de ocupação de terras públicas, que são terras públicas da União aqui no estado. Algumas, inclusive, são assentamentos já criados pelo Incra há mais de dez anos e nunca foram assentadas famílias", explicou.

 

O movimento reivindica a regularização de terras da União que, segundo o MST, estavam improdutivas e sob o domínio de fazendeiros que não utilizavam as áreas para produção. Essas terras já estão sendo ocupadas pelas famílias e, em muitos casos, já se tornaram produtivas, garantindo alimentos para os acampados e até mesmo excedentes comercializados em cidades vizinhas. O presidente do MST no Tocantins destacou que a ocupação dessas áreas foi uma medida tomada para garantir a sobrevivência das famílias e o desenvolvimento da agricultura familiar na região.

 

Em relação à negociação com as autoridades, Jorge Lima ressaltou que a principal negociação tem sido com o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), buscando uma solução definitiva para o conflito. "A nossa negociação principal e inicialmente é com esses órgãos do Governo Federal, que inclusive é onde a gente ainda consegue ter um pouco de abertura, né? Mesmo com toda a dificuldade. Já com relação ao Governo do Estado é o grande dilema. Porque inclusive é o Governo do Estado é o maior apoiador da violência no campo hoje", disse. 

 

 

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