O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) está à frente de dois importantes Planos de Ação Territoriais (PATs) para conservação de espécies ameaçadas de extinção no Estado: o PAT Cerrado Tocantins e o PAT Meio-Norte. As iniciativas, que integram a Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas (Pró-Espécies), têm como objetivo proteger a biodiversidade e melhorar as condições dos habitats naturais, envolvendo comunidades locais e instituições parceiras.
O PAT Cerrado Tocantins, instituído pela Portaria nº 80/2020, abrange 22 municípios na bacia hidrográfica do alto Rio Tocantins, uma área com apenas 6,87% de seu território protegido. O plano foca na conservação de 12 espécies, entre elas a Bromélia braunni, o mandi-chumbado (Aguarunichthys tocantinsensis) e a arraia-maçã (Paratrygon aiereba). Entre as ações estão campanhas de campo para levantamento de espécies e capacitação de especialistas.
Já o PAT Meio-Norte, uma parceria entre Naturatins, Sema-MA e Ideflor-Bio, atua em áreas do Maranhão, Pará e Tocantins, incluindo a região do Bico do Papagaio. O plano prioriza 12 espécies, como o mutum-pinima (Crax fasciolata pinima) e plantas como a Erythroxylum ayrtonianum. Expedições recentes localizaram seis indivíduos do mutum-pinima na Terra Indígena Mãe Maria, no Pará, um marco para a conservação da espécie criticamente ameaçada. O território do PAT Meio-Norte cobre aproximadamente 79.363 km², e engloba os biomas Amazônia (81%) e Cerrado (19%), formando uma área de transição com ambientes únicos, onde a Amazônia se mescla com o Cerrado brasileiro.
O biólogo Oscar Vitorino, coordenador dos PATs no Naturatins, destacou a importância das ações: "Essas iniciativas coordenadas pelo Naturatins demonstram um compromisso contínuo do Governo do Tocantins com a conservação da biodiversidade no Estado e regiões adjacentes, buscando não apenas a proteção das espécies ameaçadas, mas também o engajamento da sociedade na construção de um futuro sustentável”
As iniciativas fazem parte do projeto Pró-Espécies, financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo WWF-Brasil, com o objetivo de reduzir as ameaças a 290 espécies criticamente em perigo no Brasil.
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