No HGP, Wanderlei atribui responsabilidade a Palmas; Cinthia reage

Governador esteve no HGP após decisão judicial, convocou coletiva de imprensa nesse sábado, 20, dia do aniversário da Capital, e não compareceu às comemorações.

Crédito: Ezequias Araujo/Governo do Tocantins

Após a decisão judial que obriga a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) a fazer a regulação dos pacientes de Palmas no Hospital Geral de Palmas (HGP) em até 24 horas, o governador Wanderlei Barbosa esteve na unidade hospitalar e convocou uma coletiva de imprensa às 11h desse sábado, 20. Acompanhado do secretário de Saúde do Estado, Afonso Piva, o governador criticou o atendimento a pacientes de baixa complexidade, responsabilizou a falta de vagas a encaminhamentos feitos pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e apontou a necessidade da construção de um hospital municipal.

 

"Às vezes a baixa complexidade preenche os leitos que deveriam ser preenchidos por pessoas em média e alta complexidade. É um momento de reflexão e do bom sentimento de todos os gestores. Eu quero pedir essa compreensão à prefeitura para que possamos sentar juntos agora nas próximas 24 horas, eu estou à disposição a partir de agora para que possamos conversar. Não dá apenas para jogar o problema e falar 'olha, está morrendo aqui na UPA porque não tem lugar lá'. É hora de fazer hospital. Todas as capitais têm hospital municipal, apenas Palmas não tem, que tem recursos suficientes. Os recursos vem para cá como vão para todos os lugares", expressou o governador.

 

Na ocasião, Barbosa também falou que a prefeitura precisa se responsabilizar pelos casos de baixa complexidade e reforçou que a situação precisa ser resolvida em conjunto. "Tudo nas costas do estado, um hospital sobrecarregado por diversos estados que mandam gente e por uma população de 350 mil habitantes de Palmas. Nós queremos receber todos que estão na média e na alta complexidade, mas a baixa complexidade precisa ser de responsabilidade da prefeitura, que ao invés de montar um leito clínico, um ambulatório, uma sala para fazer pequenas cirurgias, às vezes compra uma ambulância e traz os pacientes para cá. Me entristece muito essa situação, não vou jogar a culpa em ninguém, mas eu quero que todos possamos resolver esse problema", pontuou.

 

No dia do aniversário de Palmas, o governador Wanderlei Barbosa deixou de comparecer ao corte do bolo - evento o qual ele se fez presente no ano passado - e também não acompanhou o tradicional desfile cívico-militar.

 

Cinthia reage: Demanda da capital tem 41% de pacientes de outros municípios 

 

A reação da prefeita Cinthia Ribeiro veio no final do dia com a convocação à imprensa para se manifestar sobre o assunto. "Decisão judicial a gente não questiona, a gente cumpre. A decisão veio trazer esse dinamismo para dentro das nossas UPAs, a regulação feita em no máximo 24 horas, as pessoas não podem aguardar nos leitos das UPAs como ficam sete, 14, 10 dias. Essa regulação agora é com certeza uma obrigatoriedade da alta e média complexidade que é realizada pelo Governo do Estado", reforçou Cintia.

 

Crédito: Edu Fortes

 

Em entrevista, a prefeita disse que está acompanhando a crise e falou sobre falhas na regulação dos leitos. "As nossas unidades de pronto atendimento recebem 41% de pessoas que não são oriundas de Palmas, elas vem de outras cidades do Tocantins e de outros estados também. Se no HGP tem pessoas que deveriam estar nas UPAs mostra cada vez mais a falha na regulação dos leitos. Quem faz essa regulação é o estado, é a Secretaria Estadual de Saúde. Estou acompanhando a alguns dias essa crise. Não é uma crise de Palmas, prova disso é que as mortes que aconteceram, no último ano em particular, não aconteceram em Palmas, aconteceram nos 139 municípios. Eu me solidarizo com o governador no que diz respeito a isso. Acredito que ele tem bastante dinamismo, muito pulso para poder trazer o controle dessa situação e de fato trazer a normalidade".

 

Durante a visita ao Hospital Geral de Palmas (HGP), o governador Wanderlei Barbosa também estava acompanhado do promotor de justiça, Thiago Ribeiro, e da senadora Dorinha. Em entrevista à imprensa, Wanderlei disse que pessoas que estão internadas no HGP, poderiam ser tratadas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Palmas, município responsável por 70% das transferências encaminhadas ao HGP. “Nós não queremos divergência, nós queremos encontrar caminhos. Nós vimos pessoas com pequenas lesões ou com pequena fratura no pé, situações de baixa e média complexidade”, observou, acresentando que "a saúde é o grande desafio do Brasil, não é só do Tocantins, mas com união, conseguiremos resolver os problemas”, finalizou.

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