O número total de acidentes entre a população brasileira envolvendo a rede de energia elétrica vem caindo significativamente nos últimos anos. Essa realidade se reflete também no Tocantins, que de 2015 (21) até outubro deste ano (10) reduziu em 52% a quantidade de acidentes da comunidade com a rede de energia, totalizando uma média de 14 ocorrências por ano.
Durante o lançamento nacional da XII Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica, na manhã desta segunda-feira, 5, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) revelou que no Brasil, desde que começou a fazer a campanha de conscientização, em 2006, houve uma queda anual de 16% nos acidentes, totalizando uma média de 838 acidentes por ano. Neste mesmo período, a média anual de mortes totais também caiu 14%, totalizando 293 mortes/ano. O dado mostra que foram evitadas 47 mortes/ano.
A menor taxa de incidências revela o resultado das campanhas de conscientização que as distribuidoras têm feito junto à população, com o reforço em ações focais direcionadas às principais causas. Este ano, a XII Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica realizada pelas concessionárias pretende alcançar cerca de 120 milhões de pessoas em todo o País, com a adesão das 43 empresas associadas à Abradee. A campanha ocorre entre os dias 5 e 11 de novembro de 2018.
A cada ano, as distribuidoras reforçam as ações da campanha com base nos tipos de acidentes mais comuns motivados pelo contato da população com a rede elétrica. Com o slogan É ai que mora o perigo, a iniciativa tem o objetivo de conscientizar para prevenir, e este ano, chama a atenção para cinco situações do dia a dia das pessoas que têm sido as principais razões dos incidentes: construção/ manutenção predial; ligações clandestinas; pipa; instalações de antena de TV; e poda de árvore.
Para o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, a queda contínua nos números de acidentes com a rede elétrica ao longo dos anos demonstra a importância de ações de conscientização e prevenção. “A cada ano reforçamos a campanha entre as distribuidoras de energia de todo o país. Vemos os resultados deste trabalho ao observar que de 2009 a 2017, tivemos uma redução total de óbitos nos cinco tipos de ocorrência abrangidos pela campanha, isso é uma notícia muito boa”, afirmou.
Dados do levantamento
No total, foram registrados pelas distribuidoras 863 acidentes em todo o País. Destes, 252 foram de maior gravidade e ocasionaram a morte das vítimas (no ano anterior, foram registrados 12 casos fatais a menos). As distribuidoras apontaram na pesquisa 14 tipos diferentes de ocorrências provocadas pelo contato das pessoas com a fiação elétrica, incluindo as cinco principais já mencionadas acima.
Assim como nos anos anteriores, o principal responsável pelas mortes ocasionadas pelo contato com a rede de energia é a construção/manutenção predial, com 29% dos casos no último ano. Nos últimos nove anos (2009 a 2017) houve um total de 736 mortes em situações como esta.
Já as ligações elétricas clandestinas, o famoso “gato”, é a segunda maior causa de mortes em acidentes com a rede, com um total de 11% dos casos em 2017. O segundo lugar nesta lista também revela a recorrência deste tipo de acidente, tendo em vista que nos anos anteriores, também figurava na mesma posição. De 2009 a 2017, período de 9 anos, 279 pessoas morreram por contato com os fios ao tentar fazer as ligações clandestinas. No mesmo período, foram registradas 136 mortes por conta do contato das vítimas com a fiação enquanto instalavam antena de TV; 127 pessoas morreram enquanto faziam poda de árvores, e 77 enquanto empinavam pipa perto da rede de energia elétrica das distribuidoras.
Em relação às taxas de gravidade e de frequência dos acidentes (incluindo os fatais), de 2001a 2017, houve uma redução de 47% nos acidentes com alta gravidade. Já a frequência dos acidentes ao longo do período teve uma queda de 32%. Em 2001, para uma população de 171,9 milhões, foram registradas 381 mortes, ou seja, uma morte para cada 451 mil habitantes. Se essa relação tivesse sido mantida, a estimativa para o ano de 2017 (população de 207,7 milhões de habitantes) seria um total de 460 mortes. Considerando que foram apuradas 252 mortes em 2017, conclui-se que, em 2017, foram “evitadas” 208 mortes.
Dados por região
Analisando os casos de acidentes fatais no período de nove anos (2009 a 2017), envolvendo os cinco principais tipos de acidentes abordados pela campanha, o número total de pessoas que faleceram no Brasil foi de 1.355. Destes, 191 casos ocorreram na região Norte (que conta com 8,6% da população brasileira); 382 no Nordeste (27,6% dos habitantes); 538 no Sudeste (41,9% dos brasileiros); 140 no Sul (14,3%); e 104 no Centro-Oeste (7,6%).
Sobre a Campanha
Na busca pela universalização, as distribuidoras vêm estendendo suas redes elétricas para as periferias e áreas rurais mais distantes, incorporando contingentes populacionais com baixo nível de informação e conscientização sobre os cuidados necessários para uma convivência segura com as redes elétricas. Em 1966, apenas 40% da população brasileira era atendida pelas redes das concessionárias (seis milhões de consumidores). Atualmente, em todo o país, são mais de três milhões de quilômetros de rede de distribuição para atender 207,7 milhões de habitantes, com uma cobertura de 99,8% dos domicílios e com 1,8 milhões de novas ligações ano.
As distribuidoras, isoladamente, sempre atuaram no sentido de orientar seus consumidores sobre os riscos da energia elétrica e como evitá-los. A partir de1990, para acompanhar mais de perto essa atuação, a Abradee e a Fundação Coge implementaram a coleta sistemática de dados das concessionárias. Em 2006, a Abradee e suas associadas promoveram a primeira campanha nacional para prevenção de acidentes com a rede elétrica e vêm repetindo esta mobilização todos os anos. Os resultados têm sido positivos.
A redução sustentada nos índices gerais, ano a ano, reflete o resultado das campanhas e de outras ações que se complementam. Uma delas é a busca permanente das distribuidoras pela melhoria das condições de segurança de suas redes. Embora necessária e indispensável, uma rede em perfeitas condições técnicas e de segurança, por si só, não impede que um ato imprudente resulte em acidentes. Por isso, a Abradee considera importante a participação na campanha por parte de toda a sociedade, governos, imprensa, e também entidades ligadas à construção civil.
Cabe ressaltar que, mesmo com esta busca permanente pelas distribuidoras, da melhoria das condições de segurança de suas redes, vale a pena lembrar que o uso dos postes é compartilhado e ações semelhantes devem ser feitas também pelos outros usuários.
Principais dicas da campanha
Antena de TV: ao instalar ou consertar antenas, cuidado com a rede elétrica. Escolha um lugar afastado dos fios, observando quando o tempo estiver bom, sem chuva. Caso a antena caia na fiação, nunca tente segurá-la ou recuperá-la.
Poda de árvores: nunca faça poda de árvores que estiverem próximas ou em contato com a redes elétricas. Entre em contanto com a prefeitura de sua cidade e solicite o serviço. A poda de árvores é um serviço que deve ser realizado somente por profissionais preparados e qualificados.
Pipas: sempre empine pipas em locais abertos e afastados da rede elétrica. Jamais use fios metálicos ou cerol, e caso a pipa fique presa, não tente resgatá-la. Estas orientações devem ser reforçadas junto às crianças.
Construção ou Manutenção Predial: ao construir ou reformar, mantenha uma distância segura da rede elétrica, principalmente ao movimentar materiais metálicos, como barras de ferro e arames. Consulte sempre um profissional capacitado para este tipo de serviço ou a sua distribuidora.
Ligação Clandestina (Gato): ligações da rede elétrica, somente pelo eletricista de sua distribuidora de energia. Furtar energia é muito perigoso. Além de ser um crime, provoca acidentes e coloca vidas em risco.
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