Pesquisa da UFG revela que o pequi do Tocantins é menos calórico e contém mais cálcio

Já os pequis coletados no Norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso apresentam polpa mais gordurosa

Fruto coletado no Tocantins contém mais cálcio
Descrição: Fruto coletado no Tocantins contém mais cálcio Crédito: Maria Margareth Veloso

Nativo do Cerrado, o pequi está presente na vegetação de quase todas as regiões do País. O que pouca gente sabe é que, dependendo da sua origem, ele pode apresentar diferenças nutricionais. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) concluiu que o fruto coletado no Tocantins é o menos calórico e o que contém mais cálcio. Já os pequis coletados no Norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso apresentam polpa mais gordurosa.

 

A pesquisa analisou pequis colhidos em Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. Segundo a responsável pelo estudo e professora da Faculdade de Nutrição da UFG, Maria Margareth Veloso Naves, é raro existir esse tipo de diferença em frutos da mesma espécie. “É mais comum que isso ocorra com micronutrientes, como vitaminas e minerais, e não referentes a lipídios ou proteínas, por exemplo. Mas no pequi identificamos essa peculiaridade”, disse.

 

De acordo com a pesquisa, três caroços de pequi do Tocantins somam 24 kcal, valor energético duas vezes menor do que o encontrado nos frutos coletados em Goiás e Minas Gerais. Por outro lado, os frutos procedentes do Tocantins possuem teor de cálcio duas vezes maior do que o observado nas polpas dos frutos das outras áreas. Se comparado com  outros frutos nativos como cupuaçu e graviola, a quantidade de cálcio chega a cinco vezes mais.

 

Mas, ainda conforme a pesquisa, mesmo os pequis do norte de Minas Gerais e oeste de Mato Grosso, que têm maior quantidade de lipídios, podem contribuir para a promoção e manutenção da saúde. Segundo o estudo, 60% dos lipídios do fruto são gorduras saudáveis, que reduzem o risco cardiovascular. 

 

Mais coloridos e gordurosos

 

A pesquisa também observou a coloração dos frutos, que varia de acordo com a quantidade de carotenóides. Os pequis coletados no norte de Minas Gerais e Mato Grosso são mais laranja-avermelhados, ou seja, possuem mais dessa substância. Enquanto os frutos procedentes do Tocantins e Goiás têm polpa amarela clara, quase branca. Ao relacionar a quantidade de lipídios com a cor e o teor de carotenóides, a pesquisa concluiu que os pequis gordurosos são também os com coloração mais forte.  

 

O próximo passo do estudo é avaliar os tipos de carotenóides presentes no fruto. “Queremos saber, em cada tipo de polpa, se os carotenóides são antioxidantes, se podem contribuir para retardar o envelhecimento das células, ou se são pró-vitamina A, que protegem a visão”, afirmou Maria Margareth.

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