Petrobras reduzirá preço do diesel por 15 dias; desabastecimento afeta o Tocantins

Em Palmas, Paraíso, Gurupi, Miracema e Guaraí vários postos fecharam as entradas para as bombas de combustíveis após todo o estoque acabar

Postos de Palmas tiveram longas filas durante todo o dia
Descrição: Postos de Palmas tiveram longas filas durante todo o dia Crédito: Divulgação/WhatsApp

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na noite desta quarta-feira, 23, uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. A decisão, segundo ele, busca contribuir com uma possível trégua no movimento dos caminhoneiros, que estão parados nas estradas em todo o país há três dias contra o preço do combustível.

 

Na prática, a Petrobras avalia que a redução média será de R$ 0,23 nas refinarias, resultando numa queda média de R$ 0,25 nas bombas dos postos de combustível. A medida vale apenas para o diesel. A expectativa é de que a paralisação seja suspensa e, nos 15 dias em que vigorar a nova tarifa, governo e caminhoneiros encontrem uma solução definitiva.

 

No Tocantins os caminhoneiros continuam paralisados em trechos de rodovias federais nas cidades de Araguaína, Nova Olinda, Colinas, Fortaleza do Tabocão, Paraíso, Gurupi, Alvorada e Pedro Afonso. Os postos de combustíveis tiveram filas durante todo o dia nas maiores cidades do Estado. Em Palmas, Paraíso, Gurupi, Miracema e Guaraí vários estabelecimentos fecharam as entradas para as bombas de combustíveis após todo o estoque acabar.

 

Na Capital, as menos duas redes de supermercados já estão sem estoques de frutas e verduras. Frigoríficos na região Sul deixaram de produzir nesta quarta, por já terem mais de uma tonelada de carne armazenada no depósito sem ter como ser distribuída pelo Estado.

 

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nota afirmando que já identifica falta de produtos em alguns estados. "Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos, e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito", diz a Abras.

 

No comunicado, o setor diz que procura "sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente". A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informou que a situação da distribuição de alimentos tem se agravado a cada dia. “Ainda não há levantamento completo dos prejuízos, mas apenas uma das empresas associadas relata mais de 1,1 mil toneladas de produtos não entregues a clientes, carregadas em caminhões que não chegam ao destino”, afirma a associação.

 

Aeroportos

 

Diante da perspectiva de falta de combustível para o abastecimento dos aviões, a Infraero recomenda aos passageiros que procurem as companhias aéreas para saber a situação dos voos. “Aos operadores de aeronaves, a empresa orienta que façam a consulta sobre a disponibilidade de combustível na origem e no destino do voo programado”, informou a empresa, em nota.

 

A Infraero informou que está monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais. A empresa “já alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo”.

 

A empresa está mantendo contato com órgãos públicos para garantir a chegada dos caminhões com combustível aos aeroportos. Mais cedo, veículos de imprensa noticiaram que os aeroportos de Congonhas, Palmas, Recife, Maceió e Aracaju, administrados pela Infraero, teriam combustível suficiente para abastecer as aeronaves até esta quarta. Mais seis aeroportos teriam combustível para no máximo dois dias: Goiânia, Teresina, Campo Grande, Ilhéus (BA), Foz do Iguaçu (PR) e Londrina (PR).

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