Uma ação da Polícia Militar realizada na última terça-feira, 24, no município de Dianópolis, que resultou nas mortes de dois jovens, de 17 e 23 anos, será apurada em Inquérito Policial Militar. O caso gerou críticas e questionamentos por parte de moradores da cidade, em relação à conduta dos policiais envolvidos na ocorrência.
De acordo com a PM, os policiais de Dianópolis foram acionados para atender uma ocorrência em que um grupo estaria portando armas de fogo de grosso calibre, incomodando vizinhos, desde a noite de segunda-feira, 23, no setor Santa Luzia. Com o reforço da Polícia Civil, quando a PM chegou ao local para verificar a veracidade da denúncia, o grupo se separou e os dois jovens, que estariam envolvidos, teriam fugido, pulando muros e se escondido em uma casa abandonada.
Os policias informaram que deram então início à verbalização com os jovens, que supostamente estariam exaltados e gesticulando o tempo todo que não iriam se entregar. Ainda conforme a polícia, em determinado momento, os jovens teriam apontado as armas em direção à equipe, que “em ato contínuo efetuaram os disparos de arma de fogo no intuito de sanar a injusta e iminente agressão”, informou a PM.
O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas os jovens morreram ainda no local, onde ficaram até a chegada da perícia. Moradores da cidade que acompanharam o caso informaram ao T1 que as armas portadas pelos rapazes não seriam verdadeiras, mas sim pistolas de AirSoft, e que após a ação da polícia, os corpos ficaram no local da ocorrência das primeiras horas da manhã até às 15h. “Morreram porque estavam empunhando armas de brinquedo, porque eram dois pretos pobres”, disse um dos moradores em contato com a redação do T1.
A Polícia Militar comunicou, em nota, que “a atuação em ocorrência envolvendo armas de fogo é focada na preservação de vidas e aplicação da lei. Em casos onde há resistência por parte do cidadão infrator, seguindo os limites legais preconizados nacional e internacionalmente sobre utilização da força e arma de fogo, não resta alternativa senão preservar a integridade física dos profissionais de segurança pública”.
Em nota, a PM ainda destacou que o adolescente de 17 anos, morto na ação, foi apontado e reconhecido por estar envolvido em diversos crimes no município de Dianópolis, como homicídio e tentativa de homicídio, e afirmava ser integrante de facção criminosa.
Na nota a Polícia Militar também reforçou que foram adotadas as providências preliminares, conforme orienta a legislação específica, e que os fatos serão apurados em Inquérito Policial Militar.
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