Prazo para se inscrever nos editais Culturas Indígenas e Quilombolas termina hoje, 13

Interessados podem se inscrever pela plataforma pnab.cultura.to.gov.br

Crédito: Divulgação/MinC

Termina neste domingo, 13, às 23h59, o prazo para a inscrição nos editais Culturas Indígenas (nº 31) e Culturas Quilombolas (nº 32). Os certames fazem parte do conjunto de editais lançados pelo Governo do Tocantins, via Secretaria da Cultura, no mês de setembro, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) e do Fundo Estadual de Cultura (FEC). Interessados devem realizar sua inscrição pela plataforma pnab.cultura.to.gov.br.

 

Publicados no final de agosto, os dois editais tiveram seu período de inscrições, que originalmente terminava em 4 de outubro, estendido até o dia 13 do mesmo mês para melhor atender as atividades de busca ativa realizadas nessas comunidades, que enfrentam maiores dificuldades de acesso à internet. A alteração no cronograma foi feita de modo a possibilitar que mais agentes culturais indígenas e quilombolas fossem atendidos pela ação. Os trabalhos, que acontecem desde o dia 16 de setembro e passaram por diferentes pontos do território tocantinense, são executados pelo Estado, por meio da Secult, em uma parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFTO) e a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), com interveniência da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico (Fapto).

 

Entenda os editais

Para destacar os pontos-chave de cada edital lançado, a Secretaria da Cultura disponibilizou resumos interativos de cada documento, embora isso não substitua a leitura na íntegra de cada um deles. Além disso, o Núcleo de Editais da pasta também realizou uma série de plantões tira-dúvidas ainda no mês de setembro, direcionados aos agentes culturais que desejavam se inscrever nos certames.

 

Edital Culturas Indígenas: busca reconhecer e valorizar as iniciativas culturais desenvolvidas nas comunidades indígenas do Tocantins (Categoria Premiação, com 20 propostas premiadas em R$7.500,00), apoiar e estimular o desenvolvimento e realização de atividades culturais nas comunidades (Categoria Bolsa Cultural, com 20 selecionados no R$22.500,00). Podem participar indígenas, residentes no Tocantins, maiores de 18 anos; organizações, grupos e associações indígenas de natureza cultural (existentes há 2 anos, pelo menos).

 

Edital Culturas Quilombolas: busca reconhecer e valorizar as iniciativas culturais desenvolvidas nas comunidades quilombolas do Tocantins (Categoria Premiação, com 20 propostas premiadas em R$7.500,00), apoiar e estimular o desenvolvimento e realização de atividades culturais nas comunidades (Categoria Bolsa Cultural, com 20 selecionados no R$22.500,00). Podem participar quilombolas residentes no estado e organizações de natureza cultural. O edital só aceitará inscrições de proponentes que pertençam e realizem ações junto aos territórios reconhecidos como comunidades remanescentes (de acordo com a certificação emitida pela Fundação Cultural Palmares).

 

Busca ativa

As equipes de Busca Ativa têm percorrido diversas regiões do Tocantins, para visitar comunidades quilombolas e aldeias indígenas, em um esforço para garantir a participação dessas populações nos editais. No penúltimo dia de inscrições, o projeto "Transformando Conhecimento em Inovação: cultura, memória e arte" (Opaje/UFT) atuou em Ponte Alta (Quilombo Lagoa Azul), Ilha do Bananal (Aldeia Lacreare) e Aragominas (Quilombo Pé do Morro).

 

Realizado pela Secretaria de Cultura do Tocantins (Secult), o projeto é executado pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Tocantins (Proex/UFT). Pró-reitora e coordenadora do projeto, a professora Maria Santana, fez um balanço positivo do trabalho realizado pelas equipes de Busca Ativa nos últimos dois meses. “A ação de Busca Ativa tem sido fundamental para aproximar as comunidades quilombolas e indígenas das políticas públicas de fomento à cultura. Em quase dois meses de trabalho, observamos um engajamento crescente dessas populações, que têm demonstrado grande interesse em participar dos editais. Esse contato direto não só facilita o processo de inscrição, mas também fortalece os laços entre a universidade e as comunidades, contribuindo para a preservação da cultura e da memória desses grupos”, avaliou.

 

Este foi o caso da professora Maria da Conceição Pereira de Sousa, quilombola de Lagoa Azul, em Ponte Alta. Ela contou que soube do edital quando ele foi lançado, porém não se sentiu motivada ou interessada o suficiente para se inscrever. “Só confiei de me inscrever quando soube que vocês viriam, por isso que a vinda das equipes até nós é tão importante”, disse a artesã, já projetando um alcance nacional e global das suas peças e cultura. “As pessoas muitas vezes não se inscrevem porque não acreditam, mas vale a pena acreditar”, aconselhou.



Avaliação das Equipes

Adriano Alves, coordenador da equipe central da Pnab, destacou a recepção calorosa durante as visitas e o potencial cultural das comunidades quilombolas do Tocantins. “O processo de inscrição das comunidades quilombolas foi uma experiência extremamente enriquecedora e marcante. Fomos recebidos com muito carinho e hospitalidade, e o que mais nos impressionou foi a profundidade e a organização cultural dessas comunidades. Nos quilombos, por exemplo, a arte é totalmente colaborativa. A Lei Aldir Blanc veio como um grande suporte para artistas e produtores culturais em todo o Brasil, especialmente para essas comunidades tradicionais”, afirmou.



Já a coordenadora da equipe Sul, Marcela Garcia, compartilhou sua experiência na região da Ilha do Bananal, onde destacou os desafios enfrentados e a riqueza do contato com as comunidades indígenas. “Quando aceitei o desafio de trabalhar neste projeto, imaginava que seria um trabalho comum, embora soubesse que a realidade da ilha seria complexa. Enfrentamos situações difíceis, como queimadas severas e estradas intransitáveis, mas a satisfação de estar em meio aos indígenas e vivenciar uma realidade tão diferente foi incrível. A convivência com as comunidades indígenas tem sido enriquecedora, e essa imersão ficará para sempre em minha memória”, relatou.



Com o encerramento do prazo de inscrições neste domingo, 13, a equipe de Busca Ativa reforça o convite para que quilombolas e indígenas não percam a oportunidade de participar dos editais de fomento à cultura, garantindo a continuidade e preservação de suas tradições por meio do apoio financeiro e técnico da Lei Aldir Blanc

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