Convocada para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de assédio moral e sexual que teriam ocorrido no Batalhão de Bombeiros Militar do Tocantins, a presidente da Associação de Mulheres Policiais do Estado (AMP-TO), Giovanna Cavalcanti, responsável pela pesquisa que identificou os casos de assédio na instituição, compareceu ontem, 17, na corporação, para ser ouvida pelo superintendente de Defesa Civil, Tenente-Coronel Geraldo da Conceição Primo.
“Mais uma vez fui convocada para falar sobre as denúncias de assédio que acontecem na instituição. Agora, se mais uma vez era pra tratar sobre esse assunto e ontem teve uma reunião sobre o tema, gostaria de entender porque não permitiram a minha participação”, questionou Giovanna, um dia após ter sido impedida de participar da reunião realizada com mulheres do Corpo de Bombeiros lotadas em Palmas. O encontro, realizado na última quarta-feira, 16, foi organizado pelo Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, Coronel Reginaldo Leandro da Silva, para tratar sobre as denúncias contra membros da corporação.
Entendo o caso
Em outubro de 2018, a AMP-TO e a Federação das Associações de Praças Militares do Estado do Tocantins FASPRA-TO realizaram uma pesquisa para identificar os supostos casos de assédio. No mesmo mês, os dados da pesquisa foram apresentados durante uma coletiva de imprensa realizada na Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Tocantins (OAB-TO).
No dia 1º de novembro as denúncias foram protocoladas no Ministério Público Estadual (MPE). Também foi entregue um DVD com os depoimentos gravados das possíveis vítimas de assédio. Ainda em novembro, a Comissão de Direito Militar da OAB-TO e o MPE coletaram novos relatos de assédio moral em denúncia feita por bombeiros em Araguatins. A Comissão da OAB-TO notificou o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, Coronel Reginaldo Leandro da Silva, no mesmo período.
No mês de dezembro a presidente da Associação das Mulheres Policiais do Estado do Tocantins (AMP-TO), Giovanna Cavalcanti, protocolou um documento no Ministério Público Estadual (MPE) com pedido de afastamento do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, Coronel Reginaldo Leandro da Silva, e do Sub-Comandante Geral, Tenente-Coronel Carlos Eduardo de Souza Farias, por não tomarem providências quanto as denúncias.
Em janeiro, o Comando Geral do Corpo de Bombeiros soltou uma nota, Nota de Apoio ao Comando do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, colocando como injustas as denúncias de assédio moral e sexual feitas no MPE-TO.
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