Preso denuncia coação para mudar depoimento e inocentar Sargento da PM

Wescley Ribeiro denunciou que se sentiu coagido a mudar depoimento para inocentar o Sargento Samuel Godinho e que foi transferido para Araguaína onde corre risco de vida.

Depoimento foi dado ao MPE
Descrição: Depoimento foi dado ao MPE Crédito: Lourenço Bonifácio

Em depoimento ao MPE, que consta em Termo de Declaração que o Portal T1 Noticias teve acesso, o preso Wescley Ribeiro da Cunha, que testemunhou contra o Sargento Samuel Godinho – preso acusado de participação na morte do traficante Gilson Pires, no Aureny III – denunciou na 4ª Promotoria de Justiça da Capital que se sentiu coagido pelo policial e por seu advogado, Antonio Ianovichi.

 

Conforme as informações, Wescley se sentiu forçado a mudar o depoimento prestado na Polícia Civil, no qual acusa o Sargento da Polícia Militar de ter participado de apreensão de drogas que estavam em seu poder.

 

De acordo com Termo de Declaração prestado ao MPE, quando foi ouvido, além do advogado e um estagiário de Direito, estavam presentes o Sargento Godinho – sem algemas - e outros quatro policiais militares.

 

Mudança de versão

Wescley contou ao Ministério Público que em função da pressão que teria sofrido, em seu novo depoimento contou que o Sargento Godinho não havia participado da apreensão de drogas que estavam em seu poder e ainda que as suas declarações prestadas à Polícia Civil teriam sido manipuladas pela própria Polícia, em troca de  benefícios ao preso.

 

Participação de suposto irmão de Sargento

O preso contou também que sem motivo algum o agente penitenciário Joel dos Santos Godinho – que seria irmão do Sargento Godinho  e funcionário da CPP de Palmas-  teria aplicado a ele uma pena de dez dias de isolamento no Pavilhão B.

 

Ainda de acordo com o depoimento de Wescley ao MPE, Joel Godinho teria dificultado as atividades internas do presídio como trabalhar na fábrica de bolas, servir refeições e fazer a limpeza nos corredores internos da instituição.

 

Transferência para Araguaína

O preso informou ainda que no dia 23 de novembro, foi surpreendido com sua transferência para Araguaína sob a acusação de possuir uma cegueta (serra para ferro)  e de participar da facção criminosa “Comando Vermelho” juntamente com outros cinco detentos da CPPP.

 

Wescley afirmou também ao MPE que ao chegar em Araguaína foi colocado em um pavilhão onde existem presos com penas altas e que se sente ameaçado uma vez que  o agente Joel Godinho sempre é visto naquela unidade prisional.

 

Para o preso, como conta na declaração, a acusação de pertencer ao Comando Vermelho “ trata-se de invenção para fundamentar sua transferência para Araguaína”,  onde corre risco de vida em função das denúncias feitas contra o Sargento Godinho.

 

Sem justificativa

O preso declarou também que, após um ano de prisão, nunca se envolveu em brigas, não participou de fuga, nem foi preso com entorpecentes, facas ou celulares e nem desrespeitou agentes prisionais. Além disso, alegou que toda sua família mora em Palmas e que não se justifica a transferência para Araguaína.

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