Na manhã de ontem, 22, foi realizada a quinta captação de órgãos no Hospital Geral de Palmas, e a primeira de 2019. A doação foi autorizada pela família do jovem Gimenes Quezado, de 35 anos, que sofreu traumatismo craniano e teve o diagnóstico de morte encefálica confirmado.
De acordo com familiares do rapaz, que decidiram doar os órgãos e tecidos para salvar a vida de outras pessoas, ele já era doador de sangue e medula óssea.
Segundo a responsável técnica da Central de Transplantes do Tocantins, a médica Donilda Moreira Rodrigues, mesmo que os órgãos captados no Tocantins sejam destinados para pacientes de outras localidades, os tocantinenses são beneficiados no processo. “A efetivação da doação no Estado, indiretamente vai favorecer os pacientes aqui do Tocantins, uma vez que a cada paciente transplantado teremos um a menos na lista de espera, que é nacional, beneficiando nossos pacientes também”, explica.
A médica ressalta ainda a importância e a necessidade de se falar sobre doação/transplantes de órgãos com os familiares. “Para que a doação de órgãos aconteça, é necessário que em vida o doador avise a família. Se a pessoa tem essa vontade e deixou claro para os familiares, com certeza ela será concretizada”, conclui.
Dados do Tocantins
De acordo com a gerente da Central de Transplantes do Tocantins (CETTO), Suziane Aguiar Crateús Vilela, desde a implantação da central foram realizados 120 transplantes de córnea no serviço público e privado, e 79 famílias optaram pela doação de tecidos. Em 2018, 04 famílias optaram pela doação de múltiplos órgãos, dos quais 13 captados foram utilizados em pacientes que aguardavam em listas.
“Várias já foram as conquistas alcançadas: o Tocantins possui um Banco de Tecidos Oculares Público (BOTO), 04 equipes credenciadas para a realização de transplante de córnea, sendo 01 público, no Hospital Geral de Palmas e 03 privados”, relatou.
Processo de Doação
O processo de validação do doador só é iniciado se a família concordar com a doação de órgãos. Caso o paciente evolua para o quadro clínico de morte encefálica, a Comissão Intra-hospitalar para a Doação de Órgãos e Tecidos para transplantes do HGP entra em contato com familiares e questiona sobre a possibilidade.
Se houver autorização, a Central Estadual de Transplantes - CETTO comunica a Central Nacional, que realiza a distribuição para os demais estados com pacientes receptores que aguardam órgãos compatíveis com os órgãos ofertados e providência a logística da equipe que os retira e leva até o receptor beneficiado em prazos que variam de acordo com cada órgão.
Doadores falecidos podem doar rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos como córneas, pele e ossos.
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