Produtor deverá perder licenças por desmatar 100 hectares de reserva legal

Ministério Público Estadual também requer concessão de liminar que determine a suspensão imediata das licenças ambientais emitidas em favor do proprietário

Crédito: MPE TO - Divulgação

Um produtor agroindustrial do município de Cristalândia é alvo de uma ação judicial pelo Ministério Público do Tocantins (MPE-TO), ajuizada nesta quarta-feira, 4, que visa obrigá-lo a recompor uma área de reserva legal desmatada ilegalmente no ano de 2014 de aproximadamente 100 hectares. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) também figura no polo passivo da ação judicial.



Também é requerida a concessão de liminar que determine a suspensão imediata das licenças ambientais emitidas em favor do proprietário e a suspensão do plantio e de qualquer outra atividade econômica realizada na área de reserva desmatada ilegalmente.

 

 

Área desmatada corresponde a aproximadamente 100 campos de futebol



Segundo foi apurado, o proprietário desmatou quase toda a cobertura vegetal do imóvel, praticamente extinguindo a área de reserva legal, com o objetivo de aumentar a área produtiva de sua fazenda. A área desmatada corresponde a aproximadamente 100 campos de futebol. Assim, além de ter eliminado a função ecológica da reserva legal, ainda passou a demandar maior captação de água para fins de irrigação do imóvel no período de estiagem.



O desmatamento foi praticado mediante autorização ilegal emitida pelo Naturatins, referente a compensação ilícita da área de reserva legal. Um procedimento em separado investigará a possível participação criminosa de servidores do órgão na emissão da autorização.



Por meio da Promotoria de Justiça Ambiental Regional do Araguaia, o Ministério Público vem apurando supostas irregularidades ambientais em propriedades e empresas que utilizam recursos hídricos em escala agroindustrial, para fins de irrigação.



No mês de julho, dois outros produtores rurais, dos municípios de Caseara e Lagoa da Confusão, foram acionados judicialmente pelo MPTO, por também terem realizado desmatamento ilegal com autorizações ilegais emitidas pelo Naturatins. No total, eles teriam desmatado 1.532 hectares.



O Ministério Público vem atuando nestes casos representado pelo promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior.

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