Programa pioneiro de residência em Medicina Intensiva forma médicos em UTIs de Palmas

O objetivo da empresa é que, após formados, os médicos permaneçam no serviço, atuando no Tocantins

Os residentes atuam em unidades públicas e particulares de Palmas
Descrição: Os residentes atuam em unidades públicas e particulares de Palmas Crédito: Divulgação

Um programa pioneiro de Residência Médica iniciado em 2015 pela Intensicare, empresa de UTIs, em Palmas, está garantindo a formação de médicos especializados em Medicina Intensiva que deverão atuar no atendimento a pacientes em todo o Tocantins. Os profissionais em formação atuam em unidades públicas e particulares da Capital, como o Hospital e Maternidade Dona Regina, IOP, Hospital Oswaldo Cruz, Hospital Geral de Palmas e Hospital Infantil.

 

De acordo com Neide Brito, médica intensivista, neonatologista e supervisora da Residência Médica de Neonatologia, “a Intensicare começou com esse programa e eu comecei junto, com a residência em UTI Pediátrica, fomos pioneiros em Palmas, e em 2015 tivemos o primeiro residente de UTI pediátrica. Nós firmamos o programa, que foi um desafio, pois é muito difícil abrir uma residência em UTI Pediátrica numa cidade onde isso não existia e onde havia apenas dois intensivistas pediátricos. A Universidade Federal do Tocantins abraçou a causa e a Intensicare entrou com toda a participação”.

 

Após o primeiro residente em UTI Pediátrica ser formado, a empresa abriu a residência em neonatologia e na UTI Adulto. “Na Neonatologia nós temos dois residentes, aprovados pelo Ministério da Educação, após seleção feita via UFT. Nós temos o suporte da Intensicare em todos os sentidos, até no ambiente para as aulas teóricas, nos equipamentos, esses residentes são bem acolhidos e é uma residência onde todos nós estamos aprendendo muito. O residente traz para a instituição aquilo que de melhor se tem na medicina, que é o aprendizado constante, o incentivo à pesquisa, a melhora na condição do profissional, informações atualizadas, tudo isso acaba resultando no melhor atendimento ao paciente”, informa Neide.

 

Para a médica residente Camila Miri, que atualmente faz parte do programa, “a residência é o momento que temos para aumentar nossos conhecimentos e hoje eu não me vejo atuando em outra área que não seja a Medicina Intensiva, é o que amo fazer. O mais importante desse programa é que trouxe a residência até nós, assim não precisamos buscar essa especialização em outros Estados. Em Palmas há uma grande necessidade de intensivistas, atualmente são poucos os profissionais nesse serviço, então é uma área que ainda tem muito espaço para crescer na nossa Capital”, revela.

 

O objetivo da empresa é que, após formados, os médicos permaneçam no serviço, atuando no Tocantins. Os residentes seguem um programa instituído pelo MEC e pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Neonatologia, e participam de toda a rotina da UTI, sempre supervisionados por um preceptor da Residência Médica. “Eles passam a maior carga horária dentro da UTI, mas passam também pela UI, um serviço de suporte para a UTI Neonatal, passam pelo Ambulatório fazendo o acompanhamento dos recém nascidos que receberam alta recentemente da UTI, mas que continuam sendo acompanhados pelos médicos, pelos menos durante os dois primeiros anos de vida. Os residentes participam ainda de todos os cursos programados pela Sociedade de Neonatologia, em outras UTIs, de outros estados e assim trazem uma bagagem profissional de excelência”, relata Neide.

 

Conforme a médica intensivista, atuar em UTIs é um trabalho que requer muito comprometimento e dedicação. “Usando as palavras de um grande escritor: ‘nós temos que fazer o melhor, e para fazer o melhor, temos que amar’. UTI não é fácil, porque é um serviço que você abraça com a vida, com horas de sacrifício, de renúncia e tem que amar. Não basta só fazer, temos que fazer o nosso melhor. O sonho de salvar vidas é muito importante, e com qualidade é melhor ainda. Isso é uma batalha, é uma guerra que nós médicos temos condições de vencer, desde que ame fazer isso”, finaliza Neide.

 

Medicina Intensiva

 

O Programa de Residência Médica, cumprido integralmente dentro de uma determinada especialidade, confere ao médico residente o título de especialista. Para se tornar um médico intensivista o profissional deve fazer a Residência Médica em Medicina Intensiva, que tem duração de dois anos. O treinamento deve ocorrer dentro de unidades de tratamento intensivo adulto, pediátrica ou neonatal.

 

A Medicina Intensiva é uma especialidade relativamente nova, pois surgiu nos anos 50, quando se iniciaram os conceitos em ressuscitação cardiopulmonar e cerebral. Em 1980, foi criada a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, tendo sido reconhecida como especialidade pela Associação Médica Brasileira em 1981 e pelo Conselho Federal de Medicina apenas em 2002.

 

A especialidade engloba os conhecimentos médicos da Clínica Médica, Clínica Cirúrgica e Pediatria, somados aos conhecimentos de fisiologia aplicada, utilização de tecnologia avançada, habilidades em procedimentos práticos, farmacologia, ética e humanização para a assistência ao paciente grave.

 

Nos últimos anos houve um grande desenvolvimento da Medicina Intensiva no Brasil, sendo que o número de leitos em UTIs aumentou 36% entre 2005 e 2013 em todo o país, aumentando também a demanda por profissionais especializados nessa área.

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