Um dos proprietários da Fazenda Mata Grande, em Santa Fé do Araguaia, Gesson Espíndola, contestou a versão do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), segundo a qual a fazenda é improdutiva, e denunciou ação do crime organizado na tentativa de ocupação da área.
De acordo com Gesson, o Incra distorceu os laudos para fazer com que a fazenda fosse considerada improdutiva. “A distorção está comprovada pela Confederação Nacional da Agricultora”, afirmou o proprietário.
Segundo ele a distorção aconteceu no item “grau de utilização”, no qual a fazenda teve o índice rebaixado para ser considerada improdutiva. “Nossa fazenda é totalmente produtiva. Faz 40 anos que nossa família adquiriu e trabalha nesta área com a criação de gado e não temos interesse em vendê-la nem para a reforma agrária nem para outra finalidade”, informou o proprietário.
Ação do crime organizado
Gesson Espíndola denunciou também que a fazenda já foi alvo de tentativa de invasão diversas vezes. “Tem um grupo, que com interesses políticos, fica incentivando essas pessoas a invadir a propriedade”, denunciou Espíndola.
Ainda segundo o proprietário, em 2009 a fazenda foi totalmente queimada. “Tivemos de reconstruir toda a fazenda. Até agora oito funcionários da propriedade foram feridos durante tentativas de invasão”, contou.
O derradeiro foi o vaqueiro Sidimar Vieira, ferido com um tiro nas costas quando 26 pessoas tentaram invadir a área no dia 16 de setembro.
O proprietário da Fazenda Mata Grande afirmou também que constantemente ocorre roubo de gado na propriedade. “Queremos que nos deixem trabalhar em paz. Nossa fazenda é produtiva e não temos interesse em vendê-la”, finalizou.
Incra explica
A Superintendência do Incra no Tocantins informou que o proprietário apresentou uma contestação do laudo elaborado pelo órgão. De acordo com o Incra, a distorção apresentada refere-se a áreas que ele utilizava e que o Incra não levou em conta, considerando que as áreas apresentadas pelo proprietário estavam dentro de reserva permanente.
Ainda de acordo com o Incra, o processo de desapropriação foi arquivado pelo fato da área ser inviável para projeto de reforma agrária.
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