A demarcação da Reserva Indígena Crim Patehi foi comemorada em um Culto de Ação de Graças, na Aldeia Gleba Pantanal de Cimá, região conhecida como Mata Seca, em Lagoa da Confusão, no último domingo, 28. A celebração foi organizada pelo cacique Arlindo Kanela e pelo vice-cacique Hildo Kanela, e contou com a presença de indígenas de outras etnias, religiosos e de um representante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot).
O diretor de Proteção aos Indígenas da Sepot, Paulo André Ixati Oliveira Karajá, considerou que, “a demarcação da Reserva Crim Patehi é uma conquista histórica para o povo Kanela do Tocantins. Esta demarcação representa um passo concreto para garantir direitos fundamentais”. Ele representou o titular da Sepot, Ercivaldo Xerente.
O cacique Arlindo Kanela recordou como tudo começou, a persistência de lideranças que permaneceram ao seu lado durante todo o processo, o apoio das instituições parceiras e a fé que sustentou a união do povo durante o período de espera. Já o vice cacique Ildo Kanela ressaltou a incansável presença de Arlindo em várias reuniões e na busca de atender as exigências cumpridas a cada etapa.
Representante da Funai, Célio Kanela, contou como sua carreira profissional e a articulação do movimento indígena feminino contribuiu com o andamento do processo. Célio lembrou que ainda que no território não existia nada e tudo foi implantado pelo próprio povo.
"O órgão acompanhou todo o processo. Além das coordenadas geográficas, a portaria registra os pontos de delimitação no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) do Incra, integrando os registros fundiários ao processo de demarcação”, detalhou a antropóloga da Sepot, Patrícia Maia.
Demarcação
A demarcação da Reserva Indígena Crim Patehi foi formalizada por meio da Portaria Funai nº 1.375, de 17 de novembro de 2025, assinada pela presidenta da Funai, Joenia Wapichana, vinculada ao Ministério dos Povos Indígenas. A área demarcada possui 757,9287 hectares e está inserida na Gleba Pública Federal Pantanal de Cima, em território de domínio da União.
Esta portaria consolidou um importante marco para o povo Kanela do Tocantins na luta pelo reconhecimento territorial, fortalecendo a identidade cultural, a autonomia e a proteção de seu modo de vida tradicional no estado.
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