Reunião entre Estado e empresa busca solução para a não suspensão dos leitos de UTI

Em virtude da dívida do Governo com a empresa Intensicare, estaria em curso a possibilidade da prestadora de serviços suspender os atendimentos, notificando o Estado a desocupar os leitos

Reunião foi realizada nesta segunda-feira
Descrição: Reunião foi realizada nesta segunda-feira Crédito: Foto: Divulgação/DPE-TO

Foi realizada na tarde de segunda-feira, 12, na sala do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, uma reunião de mediação com o objetivo de tentar solucionar o impasse entre empresas prestadoras de serviços de Unidade de Terapia Intensiva no Tocantins e a gestão do Governo do Estado. Em virtude da dívida do Governo com a empresa Intensicare, estaria em curso a possibilidade da prestadora de serviços suspender os atendimentos, notificando o Estado a desocupar os leitos.

 

Conforme informações da DPE, na ocasião, foi definido um prazo de três dias para que as partes apresentem relação de todos os débitos vencidos do Estado com a Intensicare, para que se apresente uma proposta de pagamento. Após a entrega do relatório de dívidas de ambas as partes será agendada uma nova reunião para acordo, com participação também de representante da Secretaria Estadual da Fazenda.

 

O encontro foi proposto pela Defensoria, por intermédio do Núcleo Especializado de Defesa da Saúde, e Ministério Público Estadual, e contou com a participação do defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, da 30ª Defensoria Pública da Saúde, da promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery e da procuradora da República Carolina Augusta da Rocha Rosado. Como representantes da Intensicare Palmas, estiveram presentes o diretor Bruno Aquino Monteiro e o advogado Erlon Fernandes. Da Secretaria Estadual de Saúde compareceram à reunião o secretário estadual de saúde, Marcos Musafir; o superintendente jurídico Franklin Moreira; a superintendente de Unidades Próprias, Elaine Negre; e o superintendente de Políticas de Atenção a Saúde, Carlos Júnior.

 

Dívida

Uma decisão judicial determinou ao Estado o pagamento de 50% da dívida em dez parcelas, porém, segundo o advogado da Intensicare Palmas, Erlon Fernandes, o acordo não foi cumprido, pois os pagamentos não estão sendo efetuados na integralidade e os contratos inadimplentes estão acumulados. “A empresa não tem condições de dar continuidade na prestação dos serviços porque não temos mais suporte financeiro para manter a prestação de serviços”, alertou o advogado. O diretor da Intensicare, Bruno Aquino, acrescentou que a empresa arca com serviços que estão além do objeto do contrato, como doação de medicamentos em falta no Estado, enxovais e produtos de limpeza.

 

O secretário Estadual de Saúde negou o descumprimento do acordo e afirmou que boa parte das parcelas já foram quitadas, com os recursos do Sistema Estadual de Saúde, porém, ainda necessita de recursos da Secretaria Estadual da Fazenda para quitar o restante da dívida. Segundo o secretário, os valores pagos não correspondem aos valores cobrados pela empresa em virtude dos descontos de impostos.

Detentora do maior número de leitos no Tocantins, a Intensicare presta serviço ao Estado desde 2012 e o problema na prestação de serviços no fornecimento de leitos de UTI acontece desde o ano de 2014. No mês de março do ano passado, a Intensicare chegou a suspender o atendimento por causa da dívida. A empresa oferece serviços de UTI neonatal, pediátrica e adulto, alvo de ação judicial em curso da DPE-TO e MPE.

 

Para o defensor público Arthur Luiz Pádua Marques tais problemas são antigos e o principal prejudicado é a população. “Temos que ter cautela e responsabilidade social porque estamos tratando de vidas, de famílias que não podem ficar sem esta assistência. O Estado e a empresa têm que entrar em um acordo para pagamento, mas a empresa não pode interromper o atendimento, mesmo que não receba integralmente”, disse.

 

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