Em audiência pública realizada na sede das Promotorias de Justiça de Araguaína, nesta segunda-feira, 26, a secretária de Estado da Saúde, Vanda Paiva colocou a disposição dos promotores estaduais e federal todo o trabalho realizado para sanar os problemas de saúde da cidade. Foi apresentado a relação de medicamentos e insumos comprados via ata de registro de preço, edital de licitação do novo Hospital Geral de Araguaína, lista dos pacientes de fora do estado atendidos, compromisso de entrega da lista de espera das cirurgias eletivas e as de urgência realizadas e lista de fornecedores com problemas na entrega de medicamentos e insumos, além de todas explicações necessárias para os presentes, da atual situação do hospital e as medidas para sanar a lotação a médio e longo prazo.
Vanda afirmou para os promotores que o governo está reformulando a prestação do serviço em Araguaína. “A longo prazo vamos construir um novo hospital com 400 leitos, 60 leitos de UTI e novo pronto socorro, a licitação já foi publicada e no dia sete de outubro vamos abrir as propostas, convido os promotores estadual e federal para acompanhar de perto, se tudo correr dentro da normalidade legal, podemos prever o início das obras para dezembro deste ano”, disse Vanda.
Segundo a Secretária o governo está ampliando a oferta de leitos, um planejamento que deve ser feito ao longo dos anos, levando-se em conta o crescimento populacional e a abertura de novos serviços. “Passamos quase 10 anos sem aumentar leitos no Estado, agora estamos dobrando o HGP, vamos construir novos hospitais em Gurupi e Araguaína, ampliar o de Augustinópolis que já está em obras, além de ampliar e reformar todo o restante da rede estadual. Isso significa melhorar a qualidade e a eficiência do atendimento prestado, pois com mais leitos podemos operar mais e diminuir as filas de espera”, salientou.
Médio prazo
Os promotores questionaram as ações imediatas, e foi apresentado que o governo é ciente da necessidade da população, por isso a médio prazo está providenciando a locação de imóvel para retirada do administrativo e da lavanderia do hospital para ampliar a oferta de leitos. “Hoje (26) conversamos com o proprietário de um imóvel que tem condições de atender a necessidade de espaço do hospital, agora aguardamos para esta semana a resposta da proposta apresentada. Já em relação a medicamentos e insumos tivemos problemas devido a demora nas licitações, mas já foi tudo compra agora e só normalizar a entrega por parte dos fornecedores”.
Atenção Básica
Outro ponto apresentado na audiência e a necessidade de melhorar a Atenção Básica dos municípios, o que propicia a redução em 80% no número de internações hospitalares. “Sabemos que nossos hospitais atendem uma demanda que não é da sua competência, a população culturalmente procura os hospitais em situações que a Unidade Básica de Saúde ou a UPA resolve, por isso lota o hospital e colocamos pacientes nos corredores. A definição de atribuições é necessária, como a presença dos médicos nas cidades, o programa do Governo Federal “Mais Médicos” vai ajudar nesta situação e o COAP – Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde vai delimitar o dever de cada um”, explicou Vanda.
Opinião compartilhada pelo professor universitário e médico, José Geraldo Rigotti que disse que a saúde é tripartite, o município, o estado e a união são responsáveis. Quando cada um faz sua parte não sobrecarrega o sistema.
HDT e Funtrop
Houve também durante a audiência pública a manifestação sobre a federalização do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e da Fundação de Doenças Tropicais (Funtrop), neste assunto a secretária da Saúde foi categórica, “o governo do Estado não pensa e não cogita fechar o Hospital, vai ser mantido todas os serviços existentes e estará na lei de doação a cláusula de reversão caso a Universidade Federal do Tocantins (UFT), não cumpra o que foi acordado da continuidade do serviço sem mudanças de especificidades”, afirmou Vanda, que também disse, que a UFT irá abrir um novo curso de medicina em Araguaína voltado para as doenças tropicais, sendo a Funtrop e o HDT transformados em referências para a região norte em pesquisas e assistência na área”.
Ao final da audiência o promotor do Ministério Público Estadual, Alzemiro Wilson Peres Freitas agradeceu a presença da Secretária e disse estar satisfeito com a explanação, e garantiu acompanhar de perto a licitação e construção do hospital, as compras de medicamentos e o trabalho dos profissionais na Unidade, salientou que a oferta das senhas do sistema de compra de medicamentos, do sistema de catracas dos hospitais e plantões demonstram a transparência da gestão.
Participaram da audiência pública os promotores do Ministério Público Estadual, Alzemiro Wilson Peres Freitas e Araína Cesarea Ferreira dos Santos Dalessandro, a promotora do Ministério Público Federal, Aldirla Pereira de Albuquerque, vereadores, conselheiros municipais de saúde, profissionais de saúde, médicos, estudantes e população em geral.
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