O profissional que trabalha no período noturno e precisa descansar durante o dia, têm o sono mais curto e com menos qualidade. Devido a exposição à luz durante a noite, o organismo deste profissional pode diariamente secretar menos hormônio, como a melatonina e o cortisol, que ajudam a manter o controle biológico - os reguladores do sono. A mudança na quantidade de melatonina no organismo também altera o “relógio” pelo qual o corpo diz a hora de dormir.
O trabalho noturno pode causar níveis contínuos de estresse, facilitando o surgimento de doenças cardiovasculares e diabetes. Quando alguém sofre uma desregulação na produção de hormônios, pode ser um agravante para diversas doenças, incluindo o câncer colorretal e de mama.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o trabalho noturno é uma das prováveis causas de câncer, devido à ruptura do ritmo circadiano - período de aproximadamente 24 horas em que se baseia o ciclo biológico. Passar por cima do relógio biológico faz com que você ative seu "eixo de estresse", que é comparado à reação do corpo em uma situação de luta ou fuga. Em seu nível mais alto, pode levar a doenças cardiovasculares ou distúrbios metabólicos, como diabetes tipo 2.
O estresse também pode suprimir o sistema imunológico abrindo indicadores para vírus e bactérias. Esses são os possíveis resultados em longo prazo, mas a privação de sono também tem consequências mais imediatas. O efeito mais evidente é o cansaço, a dificuldade de assimilar informações corretamente, os lapsos em captar sinais sociais e a perda de empatia.
O presidente do SEET, Claudean Pereira alerta para a importância de manter a qualidade de trabalho para esses profissionais. “A enfermagem é uma categoria importante na manutenção de uma sociedade, por isso o sindicato cobra vigorosamente do estado e dos hospitais melhores condições de serviço e o devido pagamento do adicional noturno”.
As empresas cujos funcionários trabalham no turno da noite podem se preparar para ações judiciais no futuro, se não mostrarem que estão tomando medidas razoáveis para tentar mitigar os problemas associados ao trabalho noturno. “O SEET já conseguiu garantir da justiça, o direito do adicional noturno para os trabalhadores de contratos temporários com o Estado, junto à garantia de melhores ambientes de repouso para esses profissionais”, destaca o presidente.
Atualmente os profissionais da saúde, em especial, a categoria da enfermagem, sofrem com a carga horária de 12 (doze) horas interruptas, com 1 (uma) hora de descanso. O Sindicato periodicamente realiza visitas técnicas nas unidades de saúde para fiscalizar e colher denúncias, com isto, cobrar dos gestores as melhorias.
Claudean Pereira ainda acentua a importância da categoria de se manter ativa e unida, “é importante que os profissionais mantenham-se em contato com o SEET, relatando irregularidades, denunciando e solicitando melhorias para que o sindicato possa tomar providencias”, finaliza.
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