Sem médicos suficientes para escala, Dona Regina fica sem plantões após o dia 22

Segundo diretor da unidade, não há médicos suficientes para que escala do mês seja preenchida. Carga horária normal, sem plantões extra faz com que hospital fique sem profissionais a partir do dia 22

Hospital Dona Regina
Descrição: Hospital Dona Regina Crédito: Bonifácio/T1Notícias

As escalas médicas de alguns hospitais do Estado podem não fechar este mês porque não há médicos suficientes para completar o mês. É o caso do Hospital Dona Regina, que atende gestantes, e recém nascidos. Decididos a não fazer plantões extra, uma vez que o governo do Estado se recusa a fazer o pagamento da forma como era feito, a título de indenização, só há profissionais para o atendimento, em média, até a terceira semana do mês. A decisão de não realizar os extras é consequência da incorporação dos pagamentos ao salário, não podendo ultrapassar o teto salarial, que é próximo de R$ 25 mil. No caso do Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), a escala de pediatras só fecha até o dia 22, conforme explicou ao T1 Notícias, o diretor clínico da Unidade, Paulo Lázaro.

 

De acordo com o diretor, “com muito esforço, aos trancos e barrancos” a escala de obstetrícia está fechada para todo o mês no Dona Regina. O maior problema na unidade é a pediatria, que só tem escala fechada até o dia 22 e, a partir daí, não tem pediatra para atender durante o parto, na recepção da criança.

 

“No dia 22 o hospital vai ter que fechar, porque não tem médico pediatra para receber a criança, não tem como dar assistência à criança. A partir do dia 23, se o secretário não fizer nada, o Dona Regina vai ter que fechar as portas, porque o  hospital atende também o interior”, declarou. Segundo explicou o diretor, dos 26 novos médicos contratados pela Sesau, somente um obstetra foi para a unidade.

 

Decisão tomada em Assembléia

A presidente do Sindicato dos Médicos (Simed), Janice Painkow, disse em entrevista ao T1 que a decisão dos médicos é por não fazer nenhum plantão extra. “A decisão foi tomada em Assembleia e os médicos decidiram não fazer nenhum plantão extra. Isso foi decidido pelos médicos e tem que ser acatado pela base, e não houve nenhuma outra reunião”, pontuou.

 

Questionada se houve alguma recomendação do Simed para que os médicos deixassem de fazer também plantões regulares, a presidente negou. “Isso não. Plantões regulares fazem parte da carga-horária. Não foi nem comentado sobre isso, a discussão é só sobre os plantões extras”, garantiu Janice.

 

O diretor clínico Paulo Lázaro reiterou o posicionamento da classe médica no Estado. “Até onde eu sei, não existe essa possibilidade de fazer os plantões extras, porque os médicos foram simplesmente lesados, foram roubados. Não tem ninguém de greve, simplesmente os médicos vão deixar de trabalhar nos extras”, reforçou ao tempo em que lembrou que ninguém é obrigado a fazer extra, independente da profissão.

 

Risco de falta de atendimento

Paulo Lázaro também foi questionado sobre o risco iminente de falta de atendimento à população. O diretor disse que “isso é um problema da Gestão, não é dos médicos. Os médicos estão deixando de fazer as horas extras, mas todos estão cumprindo a sua carga-horária, mas faltam médicos. O médico sempre teve a boa vontade de fazer e não está lesando a população. Desde o início do mês, o secretário sabe que vai faltar médico porque não tem médico para fazer plantão e isso deve ser cobrado é do secretário”.

 

A Secretaria da Saúde (Sesau) disse que está contratando 70 profissionais. Destes, 26 já estão trabalhando nos hospitais, sendo apenas um obstetra novato no Dona Regina.

 

Segundo o diretor clínico, desde que o novo Governo assumiu, o Hospital está sem Diretor Geral, mas a informação não é confirmada pela Sesau. Paulo Lázaro também informou que o Diretor técnico do Dona Regina, Fábio Moraes, pediu exoneração nesta quarta-feira, 11.

 

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