Sesau abre licitação para adquirir novos materiais para cirurgias cardíacas

O edital de licitação foi publicado na última sexta-feira, 6, e inclui todos os itens comprometidos. Sócios da fornecedora denunciada pela Sesau à polícia continuam presos

Materiais eram usados em cirurgias no HGP
Descrição: Materiais eram usados em cirurgias no HGP Crédito: Foto: Divulgação

Os sócios da empresa Cardiomed, fornecedora de insumos hospitalares para o governo do Estado, que foi denunciada pela Secretaria Estadual da Saúde à polícia, continuam presos, um na Casa de Prisão Provisória de Palmas e outro na CPP de Araguaína, segundo informou a Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 10. Os empresários são suspeitos de fraudar etiquetas de validade de materiais usados em cirurgias cardíacas, fornecidos ao Hospital Geral de Palmas. Em nota enviada ao T1, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que está apurando os atendimentos cardiológicos realizados durante os últimos 45 dias, para identificar os pacientes que fizeram uso de materiais fornecidos pela empresa e que um edital de licitação foi aberto para a aquisição de novos itens.

 

O edital de licitação foi publicado na última sexta-feira, 6, e inclui todos os itens comprometidos. Segundo a Sesau, até a conclusão do certame, o Estado recorrerá à rede privada através do empréstimo de insumos “para evitar a descontinuidade do atendimento prestado ao público, principalmente nos casos de urgência e emergência”.

 

Ainda segundo a Sesau, para reabastecer o Hospital Geral de Palmas (HGP) dos itens recolhidos, no menor tempo possível e dentro da legalidade, “a Secretaria vem envidando todos os esforços no sentido de utilizar-se de atas de registros de preços vigentes e que contemplam a grande maioria dos materiais em questão”.

 

Os pacientes que já passaram por procedimento cirúrgicos no HGP estão sendo contatados para que retornem à unidade hospitalar e possam ser submetidos a uma avaliação clínica. Segundo a Sesau, até o momento nenhum paciente foi identificado com qualquer intercorrência que aponte nexo de causalidade com a utilização do material suspeito de adulteração.

 

A Secretaria esclareceu, ainda, que a Polícia Federal e a Vigilância Sanitária recolheram os materiais com suspeita de fraude, mantendo em estoque apenas aqueles que se enquadram nas condições de uso estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por fim, a Secretaria afirmou que abriu sindicância para apurar os fatos “a fim de verificar a ocorrência de violação contratual por parte da empresa para fins de imputação de punição”.  

 

Entenda

No último dia 5 a Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) informou que havia registrado um Boletim de Ocorrência da Polícia Civil contra a empresa Cardiomed, fornecedora de insumos para o governo do Estado, após suspeitar que materiais usados em cirurgias cardiovasculares teriam tido as validades adulteradas.

 

As cirurgias cardíacas haviam sido suspensas, já que os materiais eram usados em procedimentos como angioplastias, cateterismos e implantes de marcapassos. A Polícia Federal esteve na sede da empresa, em Palmas e Araguaína e prendeu dois sócios da Cardiomed, que estariam fraudando as etiquetas dos insumos. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela polícia. De acordo com o delegado da PF, Danillo Robatto, se condenados, os empresários podem pegar de 10 a 15 anos de prisão, em regime fechado.

 

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