O caso do paciente Edson Aires de Souza, de 54 anos - que chocou a comunidade de Gurupi pelo fato de ter sido atendido no HRG e deixado durante a noite e parte do dia numa cadeira de fios, até pedir alta por conta própria – está em investigação por parte da Secretaria de Saúde do Estado.
Denunciado pelo médico e vereador Francisco de Assis Macedo – que estava de plantão quando Edson Aires retornou ao HGR já quase sem vida - o caso foi ao ar no programa “Fala Gurupi”, de Mayza Aiala e repercutiu na cidade.
“Estou em Palmas hoje procurando ajuda para não deixar esse assunto morrer com a morte desse senhor. A situação é de completo abandon do poder público quanto à Saúde em Gurupi”, disse a radialista em visita ao T1 Notícias.
História tem contradições
A história do atendimento e óbito de Edson, tem contradições. Ele foi atendido no HRG no dia 11 de junho, onde permaneceu acomodado numa cadeira de fios durante toda a noite, até o começo da tarde do dia seguinte.
“Ele reclamou com a esposa: mulher eu quero embora, não aguento mais ficar aqui sentado, quero ir pra casa”, relatou ao T1 Notícias por telefone, o medico Dr. Macedo. Edson foi orientado então a assinar um pedido de alta em que assumia os riscos de voltar para casa sem alta médica. 
O documento de alta a pedido, consta a alegação: “sentado em cadeira desde ontem”.
Segundo Dr. Macedo, a equipe que atendeu Edson cumpriu seu papel, mas falta estrutura ao hospital. “Aqui falta tudo: equipamento, material, medicamento. Não se trata só de abastecer o hospital”, disse Macedo, que lamentou a postura do secretário de Saúde em ir a Gurupi, desmentir as denúncias feitas pela equipe médica.
“Nós trabalhamos no domingo sem raio-X, a tomografia não funciona. Tem 6 meses que quem precisa de um exame destes tem que pagar na rede privada. Antes o Estado mandava fazer, mas não pagou as clínicas e ninguém mais faz”, afirma Macedo.
Segundo o médico, Edson já teria chegado ao HRG infartando. A nota da Sesau no entanto sustenta que ele reclamava dores abdominais e foi submetido a um Eco cardiograma. No entanto, a assessorial da pasta não afirma qual foi o resultado. Ou se o paciente foi informado de que estava com este quadro e portanto poderia ir a óbito se não permanecesse no hospital.
“É difícil. Chega um paciente passando mal e você não pode retirar um de um leito ocupado para colocar outro”, explica Macedo. Para o medico, caberia ao governo, autorizar o encaminhamento de pacientes com este grau de risco à unidades da rede privada.
“Só que não autorizam. Aqui para conseguir uma ambulância é uma crise, pedindo autorização para Palmas. A verdade é que estamos largados, em situação de abandono. Não só Gurupi, mas a região”, finalizou.
Secretaria diz que vai investigar
Em nota a assessorial da Sesau informou ao T1 Notícias que abriu procedimento para investigar o caso. Confira!
NOTA
Sobre o óbito do paciente Edson Aires de Sousa no Hospital Regional de Gurupi, a Secretaria de Estado da Saúde e a Direção Geral do Hospital Regional informam que:
· O paciente Edson Aires de Sousa, 54 anos, deu entrada no HRG – Hospital Regional de Gurupi na noite do dia 11 de junho 2014, às 23h35, queixando de dores abdominais, recebendo atendimento pelo clínico geral plantonista e encaminhado para avaliação cardiológica. O paciente foi submetido a exames como ECG – Eletrocardiograma e exames laboratoriais, ficando em observação até o dia 12 quando pediu alta às 14h46, mesmo não tendo recebido autorização médica para sair do hospital.
· Na madrugada do dia 13, por volta das 3h03 retornou a Unidade Hospitalar, indo a óbito às 4h.
· A Sesau ressalta que em nenhum momento o paciente ficou sem receber atendimento.
· O Hospital Regional de Gurupi está trabalhando na sua capacidade máxima, mas foi orientado a não deixar de atender a nenhum paciente, se necessário e com solicitação médica, transferências são realizadas para outras Unidades da Rede Hospitalar do Estado.
· A Sesau também está trabalhando para alugar um prédio próximo ao Hospital para retirar a ala administrativa e ampliar o número de leitos da Unidade.
· A Sesau e a Diretoria do Hospital informam que já foi aberto procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do atendimento realizado no paciente e verificar possíveis irregularidades.
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