Sindepol repudia pedido da Apra para suspender delegado envolvido na morte de militar

Entidade representativa dos delegados repudiam pedido da Associação dos militares e ressaltam que caso já está sendo investigado

Entidades representativas defendem os seus em caso que acabou em morte
Descrição: Entidades representativas defendem os seus em caso que acabou em morte Crédito: Divulgação

Após a Associação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (APRA-TO) divulgar que pedirá a suspensão do delegado de Polícia Civil Cassiano Oyama, que se envolveu na morte do sargento da Polícia Militar José Maria Rodrigues de Almeida durante abordagem num bar na região Sul de Palmas, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol/TO) divulgou à imprensa uma nota de repúdio a postura da Apra. 

 

A Apra fará uma carreata em apoio ao sargento morto em abril de 2018 antes da primeira audiência sobre o caso, que ocorrerá no mês de março. "A entidade vai se reunir com os demais presidentes vinculados à Federação dos Praças Militares (Faspra-TO) na próxima sexta-feira, 18. Após o encontro, todos os dirigentes vão  protocolar ofício ao governador Mauro Carlesse e ao secretário estadual de Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, solicitando a imediata suspensão do delegado Oyama de todas as suas funções, até que seja finalizada a ação penal contra ele. Uma cópia do documento também será encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE)", informa. 

 

Sindepol repudia

 

O Sindepol, por sua vez, repudiou as afirmações feitas pela Associação de que o delegado matou o sargento. "Estas afirmações são decorrentes da fatalidade ocorrida em abril do ano de 2018, quando no exercício da sua função, o Delegado Oyama e três agentes, abordaram José Maria Rodrigues Amorim, Sargento da Polícia Militar do Tocantins, que estava em um bar na região de sul de Palmas, ingerindo bebida alcoólica e com o volume do som do carro acima do permitido por lei, infelizmente, após a abordagem o Sargento, por ter reagido, acabou vindo a óbito", argumentam sobre a versão da Polícia Civil dos fatos.

 

A entidade representativa dos delegados ressalta que o caso já foi apurado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública do Estado, por meio de Inquérito Policial. "A corregedoria chegou a solicitar o afastamento dos policiais civis, que permaneceram à disposição do órgão durante as investigações", informa.

 

Segundo o Sindepol, a Corregedoria concluiu que tanto o Delegado Cassiano Oyama quanto os agentes agiram em legítima defesa. O Delegado então retornou às suas atividades normais, mas foi transferido da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa para a 1ª Delegacia de Polícia de Palmas.

 

Ainda de acordo com o Sindepol, após a conclusão, o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público e hoje, o processo está em andamento na Vara do Júri de Palmas. "O Ministério Público ofereceu denúncia, mas jamais requisitou qualquer medida cautelar contra o Delegado, nem mesmo seu afastamento, certamente por entender que isso não é necessário para garantir o bom andamento do processo", completa.

 

Cassiano atua na Catarse: Sindepol alfineta jogo de interesses

 

O Delegado Cassiano Oyama, exerce suas atribuições na 1ª Delegacia de Polícia e é hoje um dos responsáveis pela Operação CATARSE, que vem investigando esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público.

 

Para o Sindepol ocorre que diante do exposto, nos causa estranhamento o fato do Advogado Antônio Ianowich Filho, assumir a assistência de acusação em ação penal no caso envolvendo o Sargento José Maria Rodrigues Amorim, sendo ele também responsável pela defesa de envolvidos na Operação Catarse, e dois dias depois disso se tornar público, vermos a nota da ASPRA/TO ser divulgada com intenção de afastar o Delegado de suas atribuições", alfineta.

 

O Sindicato dos Delegados assegura que não admitirá qualquer tipo de interferência nas atividades dos Delegados de Polícia do Tocantins por questões pessoais ou políticas.

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