Delegados da Polícia Civil de todo o Tocantins e servidores da Secretaria de Segurança Pública estão reunidos na sede do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins na manhã desta segunda-feira, 19, para uma mobilização contra as exonerações de delegados regionais dos cargos em comissão, publicadas pelo Governo do Estado no Diário Oficial da última sexta-feira, 16.
Entre as exonerações está a do delegado da Regional da Polícia Civil de Araguaína, Bruno Boaventura, que acredita que seu afastamento seja retaliação por sua atuação em caso recente, polêmico, envolvendo a família do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB). Na semana passada, o delegado atuou na Operação Expurgo, tendo como principal suspeito, por crime ambiental, o pai do deputado, o ex-juiz eleitoral João Olinto.
“Estamos aqui reunidos, colegas de todo o Estado, para definir as posturas que nós delegados do Tocantins vamos tomar diante desta perseguição política da qual a Polícia Civil foi alvo. Na sexta-feira nós tivemos a dispensa, de suas funções, de mais de 160 servidores efetivos da Polícia Civil, então, eram servidores que exerciam cargos de chefia, dentre estes 12 delegados regionais do Estado. Isso para nós fica muito claro de que o governo não confia na Polícia Civil do Tocantins, e isso acontecer logo no final de uma semana em que o trabalho de combate da Polícia Civil à corrupção foi intensificado, é complicado”, afirmou o presidente do Sindepol, Mozart Félix ao T1 Notícias.
Nesta manhã foi iniciada uma reunião, que acontece a portas fechadas, entre a cúpula diretora da Secretaria de Segurança Pública, o presidente do Sindepol e o governador do Estado, no Palácio Araguaia. A classe negocia autonomia e possíveis novos nomes à frente da secretaria. “Não vamos admitir nenhuma tentativa de ingerência política na atividade fim do delegado de polícia. As investigações, em hipótese alguma vão parar em virtude de troca de chefia ou reorganização estrutural, como o governo justificou. É importante deixar claro, inclusive para a população, que esse tipo de situação ainda acontece porque, erroneamente, os governantes acreditam que a Polícia Civil é uma polícia de governo e não é. Estamos aqui para o compromisso com o Estado, com a legislação e não com o governador A, B ou C, ou deputado X ou Y, é com o cumprimento das leis. E uma forma de melhor era atuação das polícias seria com autonomia”, finalizou Mozart Félix.
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