Sindicatos querem que governo cubra perda de mais de R$ 153 milhões no Igeprev

O Ministério da Previdência Social (MPS) auditoria no órgão em setembro deste ano. Instituto aplicou R$ 357.982.772,01 em bancos que foram liquidados pelo Banco Central por irregularidades...

Igeprev
Descrição: Igeprev Crédito: Ascom/Igeprev

O Ministério da Previdência Social (MPS) realizou no mês de setembro deste ano uma auditoria especial no Igeprev solicitada por sindicatos dos servidores públicos  tocantinenses. A partir dos relatórios descritos pelo auditor fiscal Wanderley Bergamim de Oliveira, pode-se constatar que o Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) aplicou R$ 357.982.772,01 no Banco BVA  e no Banco Rural, ambos liquidados pelo Banco Central, respetivamente, em junho e agosto deste ano.

De acordo com o MPS cabe destaque para a aplicação com exposição a ativos nos dois bancos, porque, de acordo com um quadro resumo das perdas estimadas do Igeprev nos fundos que possuíam ativos vinculados aos bancos BVA e Rural, contatou-se uma perda estimada R$ 153.639.160,71.

O relatório do MPS destaca diversas irregularidades apontadas pelo Banco Central como motivos para a liquidação extrajudicial dos bancos realizada este ano. É citado, por exemplo, o comprometimento da sua situação econômico-financeira e a existência de graves violações às normas legais e estatutárias que disciplinam suas atividades e ainda a ocorrência de sucessivos prejuízos que sujeitam riscos anormais aos seus credores.

O MPS afirma que informou diversas notificações ao Igeprev, em função do desenquadramento apresentado em investimentos feitos pelo órgão, outro ponto que mostra a fragilidade das aplicações realizadas pelo instituto. No relatório constam aplicações feitas no HSBC FIA DIVIDENDOS, MAPFRE RF PLUS FICFI, E MAPFRE FI RF BRASIL IMA-B, o que representou novas infrações à legislação de investimentos, mas que posteriormente foram regularizadas.

A auditoria deixa claro que permanecem vários desenquadramentos de aplicações financeiras realizadas pelo Igeprev quanto aos recursos previdenciários do Estado do Tocantins, o que traz preocupação aos seus contribuintes sobre a qualidade dos investimentos realizados pelo seu órgão previdenciário.

Sindicato

O Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe), por meio de sua assessoria de comunicação, declarou ao T1 Notícias na manhã desta segunda-feira, 28, que na última semana houve uma reunião com diversas entidades sindicais do Estado e ficou decidido que seria solicitado providências, sobre as irregularidades apontadas no relatório do MPS, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO), Ministério Público Estadual (MPE-TO) e Corregedoria Geral do Estado (CGE), Polícia Federal e Procuradoria Geral da Republica (PGR).

Sobre as demais providências por parte do sindicato, a assessoria informou que após a confirmação oficial de que houve prejuízos no Instituto, será solicitado que o Governo cubra o rombo com recursos do Tesouro do Estado.

Também é solicitada pelo Sisepe uma reestruturação no quadro do Igeprev. O sindicato quer que o órgão, e os seus cargos, sejam controlados por pessoal concursado, que seriam eleitos pelos próprios servidores. De acordo com a assessoria, uma matéria que trata deste assunto já tramita na Assembleia Legislativa (AL).

Ainda de acordo com o sindicato, uma nova auditoria será realizada no Igeprev no próximo ano para apurar a legalidade de outros investimentos realizados pelo instituto.

Igeprev

O T1 Notícias não conseguiu falar com o presidente do Igeprev Rodrigo Gomes de Oliveira, para repercutir as informações. A assessoria do instituto informou que entraria em contato com ele para atender a solicitação da reportagem, mas até o fechamento da matéria as os questionamentos não foram respondidos.

Comentários (0)