Sindifiscal recebe seminário que denunciou privilégio na organização do sistema

Presidente do Sindifiscal explicou a atuação do sindicato, que não se atém apenas aos direitos dos auditores fiscais, mas também se preocupa em combater afrontas ao bem estar social.

Evento aconteceu no prédio do Senai CETEC
Descrição: Evento aconteceu no prédio do Senai CETEC Crédito: Divulgação

A ministração de uma palestra que denunciou as inclinações do sistema tributário ao poder do Capital, proferida pelo presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, Charles Alcântara, marcou a realização do seminário Reforma Tributária Solidária, nesta quarta-feira,16. O seminário é uma iniciativa da Fenafisco, em parceria com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Anfip, e foi recebido no Tocantins pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Tocantins, Sindifiscal.

 

Durante a abertura do evento, o presidente do Sindifiscal, João Paulo Coelho, explicou a atuação do sindicato, que não se atém apenas aos direitos dos auditores fiscais, mas também se preocupa em combater afrontas ao bem estar social. “Junto a Fenafisco estamos antenados com o que ocorre na estrutura social do país para além da administração tributária, no entanto, apontando para o potencial singular de superação de crises nela contido. Entendemos a função social do nosso trabalho e não nos omitiremos de apresentar às nossas autoridades os diagnósticos de nossa experiência e estudo”, afirmou.

 

“No tocante ao nosso Tocantins, entendo que os tributos precisam incidir sobre o quadro de desemprego e desigualdade social”, completou.

 

Regressividade

 

A palestra do presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Charles Alcântara, apontou as premissas do projeto Reforma Tributária Solidária, tendo como tônica a responsabilidade do sistema tributário em incidir sobre o desenvolvimento social. Ainda conforme defendeu o presidente da Federação, “nem que a carga tributária fosse elevada em 100%, seria possível alavancar o desenvolvimento do país”, já que os caminhos para a retomada do crescimento econômico passam pela diminuição dos custos e redução das desigualdades sociais. “Que empresário não quer estar instalado num lugar onde as pessoas ganham bem? Isso aquece a economia”, refletiu sobre a relação entre consumo e geração de empregos.


Problemas sociais como a violência também incluíram o debate. “Como as pessoas podem ser ingênuas em pensar que violência é um problema que se resolve apenas com polícia? A violência é um problema social. Notadamente os países mais desenvolvidos são menos violentos”, ponderou Alcântara.

 

O Seminário também expôs o jugo desigual que opera entre ricos e pobres, já que segundo as informações divulgadas, no Brasil apenas seis pessoas detém uma riqueza equivalente à renda de 100 milhões de brasileiros, enquanto os 10% mais pobres da população tributam 32% de sua renda e os 10% mais ricos apenas 21%. Outro ponto problemático do atual sistema tributário é, de acordo com as observações de Alcântara “a indecência pesada sobre o consumo e a baixa tributação sobre grandes fortunas”.

 

Os próximos passos do projeto Reforma Tributária Solidária incluem explanação e lançamento do documento Reforma Tributária Necessária: Diagnóstico e Premissas durante a realização do Fórum Internacional Tributário (FIT), que ocorrerá em São Paulo, entre 4 a 6 de junho, e a apresentação de propostas de mudanças efetivas do sistema tributário que serão reunidas no documento A Reforma Tributária Necessária: Propostas para o Debate. “Esse seminário é para que nós possamos apresentar nossas ideias e ouvir nossos representados. Não podemos guardar nossa proposta debaixo do braço e levar o projeto à frente sem esse contato com vocês”, explicou aos auditores.

 

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