Situação de emergência possibilita contratação de 200 brigadistas

Governo decretou situação de emergência por motivo de risco ambiental. Brigadistas do Ibama atuarão nos parques nacionais, do Naturatins nas unidades estaduais e da Secretaria prestarão apoio

Brigadistas
Descrição: Brigadistas Crédito: Web

Cerca de 200 brigadistas temporários serão contratados pelo Ibama, Naturatins e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que em conjunto com militares do Corpo de Bombeiros, atuarão no combate às queimadas no Tocantins.

Os brigadistas do Ibama trabalharão nos parques nacionais, os do Naturatins nas unidades de conservação estaduais e os da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável darão apoio nos municípios, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste do Tocantins.

Visando tornar mais ostensivo o combate às queimadas e incêndios florestais, o governo do Estado decretou situação de emergência por motivo de risco de desastre ambiental, ocasionado pelas queimadas. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira, 23, e tem ação sobre toda cobertura vegetal do Tocantins.

O documento é baseado em Portaria do Ministério do Meio Ambiente que enquadrou diversos Estados nacionais, dentre eles o Tocantins, em situação de emergência ambiental de abril a novembro deste ano.

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alan Barbiero, os trabalhos de combate às queimadas são um grande desafio que precisam da população como aliada, porque conforme ele, não existem politicas públicas que possam combater de uma maneira eficaz essa prática. “Todos nós somos responsáveis, não só o governo, mas a população de uma forma geral, produtores rurais que queimam o pasto para limpar ou fazer aceiros, e os moradores das cidades que colocam fogo no lixo em local inadequado ou jogam uma ponta de cigarro da janela do carro ”, explicou.

Para combater o problema foi criada a comissão, contratados mais brigadistas, incentivada uma maior articulação do Governo do Estado com os municípios e viabilizado o investimento do ICMS Ecológico nesse trabalho de combate às queimadas. Também foram adquiridos três caminhões equipados para combate às queimadas e viabilizado um financiamento com banco canadense de R$ 90 milhões para auxiliar nessas atividades.

De acordo com Barbiero, com esses novos instrumentos será possível tomar atitudes mais ágeis no combate ao fogo. “Em coordenação com a Defesa Civil e Naturatins podemos requisitar apoio técnico e logístico de outros órgãos do governo, dos municípios e da sociedade civil para o enfrentamento das queimadas”, afirmou.

Todos os anos, o Tocantins sofre graves ameaças ao meio ambiente e à saúde pública com as queimadas, muitas vezes de origem criminosa. Barbiero disse que diversos órgãos do governo do Estado, como a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), a Companhia Independente da Policia Militar Rodoviária e Ambiental (Cipra) e o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), trabalham de forma articulada para coibir esses crimes.

Suporte

Também há o suporte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), através do Prev/fogo, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que protegem as áreas de preservação federal que estão no Tocantins. Além das brigadas de algumas prefeituras e Defesa Civil local.

Ainda segundo o secretário, a inteligência do governo configurada na Sala de Situação, que atualmente monitora todos os focos de calor do Estado, receberá em breve um incremento com recursos advindos do Projeto Cerrado Jalapão. “Há recursos previstos na cooperação com o governo Alemão que vai proporcionar a modernização da sala de situação, com software que ajudará no monitoramento e controle das queimadas, além de capacitações para as frentes de combate” afirmou.

Saúde Pública

Além dos inúmeros problemas ambientais ocasionados pelas queimadas, principalmente relacionados à emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, intensificando o desequilíbrio climático, as queimadas são responsáveis pelo aumento das despesas da saúde pública com atendimento a doenças de cunho respiratório ocasionados pela fumaça. Conforme pesquisa dos economistas Guilherme Alves e Adriano Nascimento Paixão (UFT), só em 2009 foram gastos aproximadamente R$ 9,8 milhões no sistema de saúde do Tocantins com o tratamento de doenças vinculadas a poluição do ar no Estado, dentre elas, com alta contribuição dos problemas respiratórios ocasionados pelas queimadas.

Comentários (0)